A costa amalfitana (conclusão)

A costa amalfitana (conclusão)

POR GEORGE VIDOR
A costa amalfitana (conclusão) A estrada que margeia a costa amalfitana tem pouco mais de 60 quilômetros. É sinuosa e estreita em vários trechos. No verão europeu pode se tornar intransitável, tantos são os ônibus de turismo, que atravacam o fluxo de veículos nas curvas. Essa rodovia disputa com A1A (Los Angeles a São Francisco) na Califörnia o título de estrada com mais belo visual, espremida entre o mar e a montanha. Além de evitar a alta estação, minha sugestão é que o viajante vá direto a Amalfi pela costa - cidade que dá o nome à costa - e de lá suba para Ravello. Logo na entrada da cidade de Ravello, antes do centro histórico, fica o hotel Gral, com diárias na base de cem euros. Os quartos são razoáveis, quase todos com vista para o mar, e o café da manhã é bom. Por que Ravello? A cidade tem programação musical duas ou três vezes por semana. É charmosa. Tem pouco movimento à noite e o visitante pode comer em dois ótimos restaurantes. O Compa Cosimo, bem familiar, na Via Roma (especialidade: massas!!! que surpresa...) e o Palazzo de la Marra, na Via de la Marra, bem próximo da praça principal. Este último foi um dos pontos altos da minha viagem. Fica em um palácio do século XII, em ruínas, que teve apenas parte do primeiro pavimento recuperado. O restaurante é decorado com arte moderna, contrastando com sua arquitetura, e serve pratos que eu não saberia descrever de tão saborosos. Um restaurante com a mesma qualidade e bom gosto cobraria o dobro do preço em qualquer grande cidade. De Ravello partem ônibus de hora em hora para Amalfi e em intervalos maiores para Positano, cidade que aparece como cartão postal da costa amalfitana. Positano é uma cidade vertical. Muitas pessoas se hospedam lá e depois se arrependem porque não agüentam subir e descer pelas ladeira íngremes. É preferível pegar um barco para Positano em Amalfi. O trajeto dura pouco mais de meia hora e é do mar que se tem o melhor visual de Positano. Lá, o visitante pode tomar um café no La Syrenuse, o hotel que serviu de cenário para uma das cenas marcantes do filme Only You, com a atriz Marisa Tomei (o filme americano foi um sucesso, e se tornou uma espécie de convite para as pessoas visitarem a Itália). Se o tempo tiver bom, leve roupa de banho, alugue uma cabine na praia e dê um mergulho no Mediterrâneo. Mas só entre no mar com um sapato de borracha, pois a praia é do tipo pedregosa. Com minha mania de caminhada, fomos de Ravello a Amalfi a pé, descendo por uma longa escadaria, com uns 600 degraus ou mais. Passei vários dias com as pernas em pandarecos. Não repetiria a experiência. Em Ravello, vale visitar os jardins, como o da Villa Ruffollo, palco do mais importante festival de música da cidade. A cidade abrigou muitas pessoas famosas, como Greta Gabor. O escritor americano Gore Vidal manteve por anos uma villa em Ravello. O compositor Richard Wagner também viveu na cidade. A visita à Gruta Esmeralda, perto de Amalfi é recomendada (não fui por falta de tempo). Para voltar à Roma, o melhor é pegar a auto-estrada perto de Salerno, que já foi um porto importante na Idade Média. As fotos são da Ilha de Capri. Na de cima, se vê os famosos rochedos que são o cartão postal da ilha. Mais uma vez, fotos de Heloisa Magalhães, gentilmente cedida pelo jornal valor.

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