Açu sobreviverá, mesmo sem Eike

Açu sobreviverá, mesmo sem Eike

POR GEORGE VIDOR
Coluna veiculada em 12/11/2013 na revista vespertina digital O Globo a mais, voltada para assinantes que a leem em tablets (e, em breve, também em smartphones):
Com ou sem Eike Batista como sócio, o porto do Açu entrará em fase 
operacional ainda este ano, quando as empresas Techint (francesa) e 
NOV (norueguesa) começarem oficialmente a produzir e entregar tubos 
flexíveis para os campos de petróleo no mar. Esses tubos são 
transportados em grandes carretéis e embarcados em navios de apoio 
especializados para tal fim, que poderão atracar no cais que vem sendo 
finalizado na área do chamado TX 2. 
O canal de acesso a esse cais já foi aberto pela LLX, empresa de 
logística do Açu que agora tem como sócio principal um fundo americano 
de investimento (Eike permanece com 29%). 
No fim do ano que vem entrará em operação o TX1, privativo para 
embarque de minério de ferro da companhia Anglo American. 
A crise do grupo de Eike (EBX) afeta agora mais diretamente o Açu por 
meio da OSX. A empresa tem uma unidade de construção naval e se 
propunha a se tornar o maior estaleiro da América Latina, empregando 
10 mil pessoas no Açu. Esse plano minguou, pois a maior parte das 
encomendas viriam inicialmente da OGX, a companha petrolífera do 
grupo, e foram todas canceladas. A OSX mantém contratos para conversão 
de dois cascos de plataformas de petróleo (em sociedade com a 
construtora Mendes Jr.) para a Petrobras, além de instalação de 
módulos de produção fabricados em outros locais, e ainda um contrato 
de construção de um barco de apoio a plataformas de petróleo. Para 
executar esses contratos, a OSX não precisará contratar tanta gente 
nem utilizar toda a área que tem hoje à sua disposição no TX2. O 
projeto não vai gerar o número de empregos, renda e impostos que 
estava previsto. 
Outras empresas do setor de construção naval poderão se instalar lá, 
mas por enquanto isso é passarinho voando. Como polo de 
desenvolvimento, perdeu o que seria uma das suas empresas ancoras. E 
as que poderão substituir a OSX nessa função ainda não bateram o 
martelo

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