Bate e volta nos Lençóis Maranhenses

Bate e volta nos Lençóis Maranhenses

POR GEORGE VIDOR
Um compromisso profissional me levou de volta a São Luís (em novembro de 2004 estive lá e comentei a viagem aqui no blog), época boa para ir à capital do Maranhão por causa do bumba-meu-boi. A brincadeira, como eles dizem, começa para valer no dia de Santo Antonio (13 de junho), com o batismo do boi, e se estende pelo mês, com a morte e a ressurreição - o que garante que a festa se renove a cada ano. Não se sabe ao certo se o bumba-meu-boi foi inspirado em uma festa do interior de Portugal ou nas lendas e superstições indígenas e africanas do Maranhão. Resumidamente, o enredo parte do desejo de uma escrava (mãe Catirina) que, grávida, queria comer a língua de um boi muito estimado pelo dono da fazenda. Pai Francisco cumpre esse desejo, mas para tal sacrifica o boi. Descoberto, foge para a mata, e depois de várias incursões em seu encalço acaba apanhado. O fazendeiro decide que pai Francisco deve pagar com a vida ou ressuscitar o boi (e ele, obviamente, fica com a segunda opção). Assim, ele sai em busca de um pajé com poderes para ressuscitar o boi e o milagre acontece. Esse enredo é apresentado de formas diferentes, e evolui no decorrer de junho. Cada uma dessas formas é chamado de sotaque. Um boi pode reunir até cento e cinqüenta brincantes, entre os que dançam, os que levam a carcaça do boi (feito de uma armação bem leve), os ritmistas e músicos de orquestra, se for o caso. A coreografia é muito bonita, e não é fácil (creio que tem de ter isso meio no sangue para dançar direito). Como passei por lá antes do início da festa, assistí apenas à primeira apresentação para o público de um grupo comunitário criado há vinte anos no bairro Madre Deus, próximo ao centro histórico de São Luís, o Boizinho Barrica. Esse grupo, composto basicamente por gente jovem, se apresenta por uma hora e meia, e não é o bumba-meu-boi convencional. Porém, é dos mais requisitados para viagens, inclusive ao exterior. Se quiserem saber mais sobre ele acessem www.ciabarrica.com.br Mais duas dicas de restaurante em São Luís: o Maracangalha , na Avenida Litorânea (área recuperada da capital, muito agradável) próximo ao antigo hotel Quatro Rodas, que agora pertence à rede Sofitel. A pedida é o camarão maracangalha, que dá para dividir. Não deixe de provar a geléia de pimenta que eles fazem (e vendem para os clientes). Outro restaurante é o Cabana do Sol, bem próximo da avenida dos Holandeses, no caminho das praias. Esse é bom e barato. O carro chefe é a carne de sol. O filé de carne de sol custa uns 40 reais e dá para quatro pessoas. As fotos abaixo são do centro histórico de São Luís (Rua da Estrela), com suas paredes de azulejos restauradas. Fotos de Heloisa Magalhães, gentilmente cedida pelo jornal Valor.

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