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Bicicletadas
Bicicletadas
Bicicletadas Há pouco mais de dez anos comprei uma bicicleta para aproveitar as primeiras ciclovias construíodas no Rio. Era uma Monarck, e nem marcha tinha. Além de não ser exímio ciclista (não tinha o hábito de andar de bicicleta), meu preparo físico nunca foi dos melhores e não tinha a menor experiência de pedalar no meio do trânsito. Mas fui me aventurando, e cheguei até a participar de alguns daqueles passeios nas noites de terças-feiras com a bicicleta sem marcha - é claro que sempre ficava para trás. Como a cada fim de semana conseguia ir mais longe, achei que já merecíamos - eu e minha mulher - um up grade e compramos nossas primeiras bicicletas de marcha (Caloi, Aspen Sport, 21 marchas). Nossa vida de ciclistas melhorou muito e nos passeios de terça-feira já não chegávamos no último pelotão. E assim fomos explorando todas as ciclovias da cidade; por duas vezes fomos de Botafogo à Barra, subindo e descendo a avenida Niemeyer e a Estrada Joá (cerca de 50 quilômetros, ida e volta). Tive oportunidade fazer viagens profissionais pelo interior da Europa, e sempre impressionado com a qualidade das ciclovias na Áustria, na Alemanha e na França; também me despertou a atenção a passaqem de ciclistas quarentões e cinquentões, viajando com malinhas e mochilas. O então consul comercial da Áustria, que se tornara um amigo, matou minha curiosidade passando informações sobre a ciclovia do Danúbio. Sonhei com essa idéia por uns três anos e numas férias acabei fazendo o trajeto. Conheço umas poucas palavras em alemão, que me ajudaram a alugar bicicletas na estação de Passau (fronteira da Alemanha com a Áustria), a despachar as malas por trem para Viena e a decifrar - em parte - o mapa da ciclovia. Fizemos o percurso em cinco dias e meio e foi maravilhoso (teria sido melhor em seis dias, com uma média de 50 quilômetros diários; a ansiedade da primeira experiência fez com que cometessemos alguns erros; por exemplo: memo em países de clima temperado pedalar no início da tarde, com sol, é muito desgastante). As ciclovias na Áustria e na Alemanha são otimamente sinalizadas e até quando se unem a estradas, pontes, etc, são bem seguras. O ciclista é bem-vindo por onde passa. Vários hotéis e pousadas chegam a pôr avisos de boas vindas na porta. Aprendemos com essa viagem a levar a roupa adequada e suficiente para não sentir frio ou calor, sem carregar peso. À noite, dava para tomar uma cerveja ou um vinho sem comprometer o desempenho no dia seguinte. Fiz uma reportagem para o caderno de turismo do GLOBO, com mapa da ciclovia e outras detalhes. Acho que foi há uns seis ou sete anos. Ganhei confiança para fazer outras aventuras semelhantes. Mas isso deixo para contar depois.
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