Câmbio é alvo de especulação
Câmbio é alvo de especulação
O câmbio sempre foi o calcanhar de Aquiles da economia brasileira, pois desequilíbrios nas contas externas nos empurravam para o precipício em momentos de turbulência nos mercados financeiros internacionais. E isso ocorria por causa da dívida externa elevada, e pela dificuldade para, em determinados momentos, contratar financiamentos em moeda estrangeira destinadoa a renová-la, ou para cobrir rombos de outros itens.
Mas na crise atual, o câmbio entrou na roda só porque o uso do cachimbo fez a boca ficar torta, porque se dependesse unicamente das operações comerciais e financeiras normais o real continuaria valorizado. A dívida deixou de um problema crônico. Efetivamente, em setembro e até na segunda-feira cinza a entrada de dólares no país superou a saída. Então por que o câmbio destrambelhou? Os mercacos estão ultra-sensíveis e muito vilneráveis a operações especulativas. Há uma disputa entre "comprados" e "vendidos" no mercado futuro, e desta vez o lado mais forte tem muito a ganhar com uma alta momentânea do dólar.
O Banco Central tentou neutralizar isso com operações no mercado futuro, de 30 a 90 dias, mas tal esforço se mostou insuficiente. As autoridades não queriam intervir no mercado de dólar pronto esperando que o movimento especulativo se dissipasse, que, ao contrário, se acentuou. A resistência a intervir fazia sentido, pois daqui para a frente o mercado pode ficar contando com outras intervenções do BC no dólar pronto (entrega de moeda à vista), e especulando em cima disso. Pode também ficar temeroso e parar de especular. Portanto, não havia saída, já que o BC tinha ficado naquela situação de "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come".
A manada continua correndo sem rumo. Qualquer hora dessa pára, e sem explicação.
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