Campeonato dos juros
Campeonato dos juros
Nunca é bom comemorar antes da hora, mas está ficando próximo o momento em que o Brasil poderá passar adiante o título nada honroso de campeão mundial das taxas de juros. Ainda por longo tempo ficaremos entre os primeiros colocados, pois há que se resolver vários problemas crônicos que contribuem para a inflação brasileira se manter em um patamar elevado, quando comparada à média mundial. A crise internacional fez com que os preços no atacado despencassem, como mostram os índices apurados pela Fundação Getúlio Vargas. Mas no varejo a inflação insiste em permanecer na faixa de 5% ao ano, o que é muito alto para um ambiente de negócios no qual a demanda encolheu para a maioria dos setores. Ora, se há capacidade ociosa na economia isso não deveria estar acontecendo.
Já não existe pressão inflacionária por parte de variáveis macroeconômicas importantes como déficit público e necessidades de financiamento das contas externas. O que justificaria então os juros altos? Na minha coluna no Globo de segunda-feira 27/4/2009 escrevo mais sobre isso, mas, em resumo pode-se dizer, que os juros altos também se transformaram de causa em efeito, realimentando essa distorção. Viraram uma armadilha complexa que, infelizmente, só pode ser desarmada aos poucos. No entanto, um razoável avanço deverá ocorrer na reunião de quarta-feira do Comitê de Politica Monetária (Copom).
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