Copom, 0,5 ou 0,75 ponto percentual?
Copom, 0,5 ou 0,75 ponto percentual?
Nesses dias próximos da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) as instituições financeiras costumam divulgar análises com suas suas previsões sobre a trajetória da taxa de juros. Por enquanto, as opiniões mais relevantes vêm apontando para uma taxa Selic nominal de 14,25% até dezembro, partindo dos atuais 12,75%. Então é bem razoável se esperar que as autoridades optem por elevações de meio percentual nos juros básicas nas três reuniões programadas para o segundo semestre.
No entanto, alguns analistas têm especulado com a hipõtese de 0,75 ponto percentual, o que indicaria uma tendência para um choque de juros sobre a economia.
Há vários fatores que pesam a favor de uma dosagem de meio ponto percentual. Primeiro, os juros no Brasil já são muito altos e quando ultrapassarem o patamar de 13% certamente passrão a inibir não só o consumo - o que seria desejável neste momento - mas também o investimento (comprometendo a trajetória futura da economia). Segundo, juros muitos elevados causam forte impacto sobre as finanças públicas, transferem renda internamente e, terceiro, atraem capitais nômades especulativos para o país, que levam a uma apreciação do real prejudicial, a medio prazo, para as contas externas.
Com uma dosagem de meio ponto percentual, as autoridades monetárias passam ao mercado a mensagem de que estão atentas para o porblema da inflação, embora não haja solução imediata - na verdade, os índices só recuarõ quando a oferta de alimentos se ampliar no mercado mundial e os preços do petróleo começaram a recuar mais expressivamente. A terapia dos juros pouco pode fazer em relação a isso no Brasil, embora as autoridades não possam ficar de braços cruzados diante de índices que beiram a casa de 1% ao ano e amaçam ultrapassar o teto da meta.
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