Copom, 0,5 ou 0,75 ponto percentual?

Copom, 0,5 ou 0,75 ponto percentual?

POR GEORGE VIDOR
Nesses dias próximos da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) as instituições financeiras costumam divulgar análises com suas suas previsões sobre a trajetória da taxa de juros. Por enquanto, as opiniões mais relevantes vêm apontando para uma taxa Selic nominal de 14,25% até dezembro, partindo dos atuais 12,75%. Então é bem razoável se esperar que as autoridades optem por elevações de meio percentual nos juros básicas nas três reuniões programadas para o segundo semestre.
No entanto, alguns analistas têm especulado com a hipõtese de 0,75 ponto percentual, o que indicaria uma tendência para um choque de juros sobre a economia.
Há vários fatores que pesam a favor de uma dosagem de meio ponto percentual. Primeiro, os juros no Brasil já são muito altos e quando ultrapassarem o patamar de 13% certamente passrão a inibir não só o consumo - o que seria desejável neste momento - mas também o investimento (comprometendo a trajetória futura da economia). Segundo, juros muitos elevados causam forte impacto sobre as finanças públicas, transferem renda internamente e, terceiro, atraem capitais nômades especulativos para o país, que levam a uma apreciação do real prejudicial, a medio prazo, para as contas externas.
Com uma dosagem de meio ponto percentual, as autoridades monetárias passam ao mercado a mensagem de que estão atentas para o porblema da inflação, embora não haja solução imediata - na verdade, os índices só recuarõ quando a oferta de alimentos se ampliar no mercado mundial e os preços do petróleo começaram a recuar mais expressivamente. A terapia dos juros pouco pode fazer em relação a isso no Brasil, embora as autoridades não possam ficar de braços cruzados diante de índices que beiram a casa de 1% ao ano e amaçam ultrapassar o teto da meta. 

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