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De volta à Lusitânia
De volta à Lusitânia
Depois de passar rapidamente pela Praia da Rocha, em Portimão (dizem que no verão não dá para andar por ali, de tanta gente, engarrafamentos terríveis), me perdi um pouco na saída - a sinalização rodoviária continua a desejar em Portugal; se voce sai da rota principal, não é fácil retornar a ela - mas acabei encontrando a auto-estrada que corta o Algarve quase de ponta a ponta. Por essa rodovia fomos a Lagos, uma das mais interessantes cidades de toda a região. O centro histórico é gracioso e o comércio quase tão variado quanto o de Faro (a moda de inverno, exposta nas vitrines, estava bem atraente, e mesmo em euros os preços das roupas no interior da Portugal são razoáveis; mas no Brasil quase não temos chance de usá-las e não valia o investimento. Além do quê, já temos muita coisa boa por aqui). Lagos possivelmente foi a principal base de observação e trabalho do Infante D. Henrique. Sagres ficou com a fama, porém o mais provável é que o Infante tenha se pouco deslocado para lá e a lendária escola de navegação - berço das grandes navegações e dos descobrimentos - sequer tenha existido fisicamente. Não por acaso Lagos homenageia o Infante com um monumento na via litorânea. A graciosa Lagos infelizmente também abrigou o primeiro mercado de escravos trazidos da África. Dois antigos fortes marcam um dos extremos da cidade e não muito distante dali está a Ponta da Piedade, um dos cartões postais do Algarve (falésias e grandes pedras dentro do mar). Passeios de barco para turistas são oferecidos ali, mas não chegamos a testá-los. No fim do outono os dias já são curtos (a sensação era de que o sol se punha cinco minutos mais cedo a cada dia que passava) e a visita a Lagos foi breve, pois tínhamos vinte e poucos quilômetros pela frente até nosso destino, a aldeia de Sagres, e caía a noite. A auto-estrada do Algarve termina na região de Lagos, mas há uma boa rodovia que segue adiante, até Sagres, e de lá parte para lisboa, margeando o Atlântico. A pousada fica muito bem localizada em Sagres:a maioria dos quartos tem vista para a fortaleza que abriga a Rosa dos Ventos, essa sim, uma herança do século XIV deixada pelo Infante D. Henrique. O cardápio do jantar na pousada era basicamente dedicado ao dia de São Martinho (sopa de castanhas na entrada, bacalhau com castanhas como prato principal, e de sobremesa um doce também com castanhas). Vou tentar fazer a sopa qualquer hora dessas e se der certo ponho a receita no blog.
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