Decisão do FOMC: corte na medida certa

Decisão do FOMC: corte na medida certa

POR GEORGE VIDOR
O FOMC (equivalente ao nosso Copom aqui) cortou as taxas básicas de juros na medida certa para o momento atual da crise no sistema financeiro americano. Se cortasse os juros em 1 ponto percentual, como se previu  na manhã da última segunda-feira (17/3/2008) - quando as  bolsas beiraram o pânico, devido à  venda do quinto maior banco de investimento americano a toque de caixa para salvá-lo da bancarrota -  o FOMC.poderia aguçar as expectativas negativas. Se cortasse 0,5 ponto percentual, o mercado acharia pouco, e nova maré de venda de títulos possivelmente ocorreria.
Juros básicos de apenas 2,25% ao ano não chegam a ser uma garantia de recuperação da economia. Depois do estouro da bolha imobiliária em Tóquio, o Banco do Japão reduziu os juros básicos para menos de 0,5% ao ano e a recuperação da economia do país aainda levou muito tempo. Mas no Japão a população tem alta propensão a poupar e a queda dos juros não sensibiliza tanto consumidores e investidores (os correios são a instituição que mais recebe depósitos do público, que simplesmente guarda dinheiro lá, sem obter qualquer tipo de remuneração), ao contrário do que acontece nos Estados Unidos, onde o endividamento é um hábito rotineiro e qualquer variação no custo do dinheiro impacta rapidamente os negócios.
Só o crescimento vegetativo da demanda por novos imóveis nos Estados Unidos supera o número de 1 milhão de casas e apartamentos por ano. A bolha fez com que os preços dos imóveis subissem  exageradamente no mercado americano  e o ajuste se tornou inevitável. Já há condomínios inteiros vazios (muitos sempre depredados, com furtos de portas, janelas, louças, ferragens - parece até com grandes cidades da América do Sul). Questão de oferta e procura, a lei que rege a economia. 

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