Duas caminhadas

Duas caminhadas

POR GEORGE VIDOR
Duas caminhadas, como prometido Na apresentação deste blog prometi abordar questões relacionadas com economia, viagens, caminhadas, passeios de bicicleta. De economia já escrevi um pouco, já relatei a viagem ao Norte da Inglaterra, e agora gostaria de sugerir algumas caminhadas, por que a época do ano é propícia para esse tipo de aventura (quase não chove e a temperatura é mais amena). A primeira é em direção ao Pico da Tijuca (segundo ponto culminante da cidade; perde por um ou dos metros do Pico da Pedra Branca). Trata-se de uma trilha usada ainda nos tempos do Brasil colônia. Foi aberta pos escravos, e por ali trafegavam mulas carregadas com frutos de café, lenha etc. Ela começa dentro do parque nacional, em um local chamado Retiro, a uma altitude de 600 e poucos metros, onde se pode chegar de carro por asfalto. Ainda que bem sinalizada e cuidada (guardas municipais monitoram o acesso; suponho que assim eles podem ter controle da trilha, pois é proibido pernoitar no parque), iniciantes devem procurar fazê-la acompanhado por alguém mais experiente ou por guias que estão disponíveis em agências de ecoturismo. A caminhada pode ser classificada como moderada e leva cerca de uma hora. Na parte final, há uma escada esculpida na própria rocha, que foi construída a mando do presidente Washington Luiz em 1928, para a visita do rei Alberto I, da Bélgica, que era amante da natureza (na época as visitas de autoridades européias se estendiam às vezes por mais de um mês, para compensar a longa viagem de navio até aqui). O corrimão de ferro orginal que acompanha esta escada ainda está lá, embora caído em certos pontos. Pessoas que tenham medo de altura podem se assustar com a escada, mas basta uma mão amiga para superar essa barreira. A vista lá de cima, de 360 graus, é lionda é so perda para a da Pedra da Gávea (que é uma caminhada bem mais difícil). Para quem gostar, existem duas outras trilhas bem próximas; uma leva ao Bico do Papagaio e outra ao Pico da Cocanha. Minha outra sugestào tem bem mais sabor de aventura. É a caminhada para a Pedra do Sino, e fica na Serra dos Órgàos, dentro do parque nacional, com entrada pelo Soberbo, em Teresópolis. Digo bem, mais sabor de aventura porque subir e descer no mesmo dia é meio puxado, e exige preparo físico. O ideal é dormir lá. Há um abrigo que tem sido mantido limpo por empresas e guias de ecoturismo. Como a procura é grande, muita gente acaba tendo de dormir em barracas ao redor do abrigo (mas acreditem, é coisa de Primeiro Mundo: o lugar é seguro e o ambiente civilizado; já encontrei banheiros limpos e com papel higiênico disponível!). Há guias que podem levar todo o material e até improvisar um jantar simples. É comum grupos de pessoas que moram em Teresópolis subirem à noite (devidamente equipados para não virarem picolé). Cruzei uma vez até com grupos só de moças, o que me pareceu uma demonstração de que se trata de passeio realmente seguro e civilizado. O desgaste físico e o eventual desconforto de se dormir em uma barraca (claro que em um saco de dormir e bem agasalhado) são recompensados pelo contato com a natureza, e o visual - dependendo do tempo se pode ver até a Baía de Guanabara. O ecoturismo está crescendo no Estado do Rio de Janeiro, com serviços para pessoas mais exigentes e que se disponham a pagar por eles. Não é mais coisa apenas de mochileiro, sem dinheiro no bolso. Nesse estado, com sorte, pode-se ver até neve (nas Agulhas Negras). E, sinceramente, dá mais prazer, do que ficar malhando como doido (ou doida) nas academias de ginástica. Na próxima, minha sugestão de passeios de bicicleta (na Alemanha). abs em todos.

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