Economia contaminada pela política

Economia contaminada pela política

POR GEORGE VIDOR
Coluna veiculada na edição vespertina digital do Globo a Mais, em 9/7/2013, para assinantes e leitura em tablets:
A política contaminou a economia. Os mercados entraram naquela fase 
de compasso de espera, refletindo uma frustração quanto à trajetória 
recente do país. 
De fato há muitas questões não resolvidas na economia brasileira por 
conta da interferência excessiva da política nas decisões 
governamentais, devido à antecipação do “calendário” eleitoral. 
Há preços desalinhados em setores importantes num momento em que a 
inflação caminha pelo fio da navalha. 
Os mercados têm dúvidas sobre a capacidade de a Petrobras mobilizar 
recursos para todos seus investimentos e tal incerteza foi agravada 
diante do primeiro leilão de uma grande área do pré-sal pelo regime de 
partilha. Se o campo de Libra for leiloado pelo valor mínimo, a 
Petrobras terá de forçosamente desembolsar R$ 4,5 bilhões como bônus 
de assinatura. E isso se sua participação no consórcio vencedor se 
limitar ao obrigatório (30%). O petróleo é uma das forças motrizes da 
economia e por isso essa postura pessismista quanto à trajetória do 
setor é desanimadora. 
Reajustes de tarifas de serviços públicos ou aumentos de combustíveis 
parecem estar fora de questão ao meio do atual onda de manifestações. 
Mas a economia ainda tem condições de superar esse quadro delicado e 
os eventos internacionais talvez sejam as âncoras desse processo. A 
Copa das Confederações funcionou como pré-estreia e em breve será a 
vez da Jornada Mundial da Juventude Católica. Em setembro, mais uma 
edição do Rock in Rio. E no fim do ano efetivamente o país entrará em 
clima de Copa do Mundo, com a definição das equipes que disputarão o 
campeonato, distribuídas por chaves que nas etapas classificatórias 
envolverão doze cidades-sede, de Norte a Sul. 
O futebol é hoje o espetáculo esportivo de maior repercussão no 
planeta. E o Brasil sediará em meados do ano que vem o top desse 
espetáculo. 
Se a economia brasileira for indiferente a tudo isso, nem santo 
milagreiro conseguirá ajudar.

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