Economia muda em 2015

Economia muda em 2015

POR GEORGE VIDOR
Coluna veiculada em 7/10/2014 na revista digital vespertina O Globo a Mais, dirigida a assinantes que a leem em tablets e smartphones:
Não foi só a economia, mas é muito provável que os resultados do 
pleito presidencial no primeiro turno tenham sido de fato 
influenciados pela atual conjuntura econômica. Como candidata à 
releição, Dilma não pode reconhecer os equívocos da sua política 
econômica sob pena de dar a cara a tapa para os opositores. No 
entanto, se não fizer "ouvidos moucos" e se mostrar atenta ao que as 
urnas "falaram", tratará de corrigir significativamente essa política. 
Talvez quando se refira a um "governo novo, equipe nova" esteja dando 
um sinal de que pretende mudar em um segundo mandato, caso saia 
vitoriosa no próximo dia 26. 
O candidato Aécio Neves, por sua vez, já se comprometeu com um ajuste 
fiscal, para o qual escolheu Armínio Fraga, nome que ocupará o 
Ministério da Fazenda na hipótese de vir a governar, para capitanear 
esse esforço de repor as contas públicas em ordem. Armínio conhece bem 
o mercado financeiro e também as limitações que os governantes têm, na 
prática, para executar políticas ideais. Se vier mesmo a ocupar a 
pasta da Fazenda, a tendência é que opte por um ajuste fiscal gradual, 
e não por um tratamento de choque. Mas desde que isso fique claro para 
os agentes econômicos, a iniciativa será capaz de mudar as 
expectativas negativas hoje predominantes. 
Assim, independentemente de quem sair vitorioso, o saldo das eleições 
desde ano será positivo, por conta dessas inevitáveis mudanças na 
economia a partir do ano que vem. 
Ainda há tempo para se corrigir a trajetória das contas públicas, que, 
se mantida, empurrará a economia para o desastre.

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