Eike no corner?
Eike no corner?
Coluna veiculada na edição vespertina digital O Globo a Mais, do dia 2/7/2013, exclusivo para assinantes que usam tablets:
Indaguei uma vez a Paulo Mendonça - que na época já acumulava a
diretoria de exploração e produção com a presidência da OGX - a razão
deles terem escolhido um campo, na Bacia de Campos, que já havia sido
sondado pela Petrobras, sem que a estatal tivesse obtido bons
resultados, para dar partida aos investimentos da empresa petrolífera
criada por Eike batista. Mendonça fora superintendente de exploração
da Petrobras na Bacia de Santos e, portanto, conhecia bem “o caminho
das pedras” na região. À minha pergunta, ele respondeu que a Petrobras
fizera a sondagem ainda com tecnologia 2D e uma formação vulcânica
impedira os técnicos da estatal de visualizar, na ocasião, as
acumulações encontradas depois pela OGX com uso de técnicas mais
avançadas (3D).
O próprio Mendonça admitia que a acumulação Waimea (nome inicial do
campo de Tubarão Azul) não era a melhor formação que a a OGX
descobrira na Bacia de Campos. Mas a produção poderia começar
rapidamente, pelo fato de se situar em águas rasas. A OGX tivera sorte
de comprar uma plataforma quase pronta, que levou apenas apenas um ano
para ser adaptada às características do óleo de Tubarão Aazul.
Mas, sem dúvida, havia um excesso de otimismo nas projeções de
produção da empresas
. Poços em águas rasas, na área de concessão da OGX, têm uma produção
média de três mil barris diários, e a petrolífera de Eike Batista
projetara valores bem mais altos (média de dez mil barris/ dia).
Quando o campo entrou em produção o reservatório se comportou como as
previsões mais realistas, e menos otimistas. Havia pouco gás
(insuficiente até para alimentar a própria plataforma OGX-1) e a
produção teve de ser redimensionada, deflagrando o processo de perda
de credibilidade do grupo EBX.
Se a OGX tivesse definido inicialmente uma produção de 20 mil barris
diários (metade do que promtera atingir no primeiro ano), já seria um
ótimo resultado. Tubarão Azul ficou entre sete mil e 15 mil, com três
poços produtores. A Devon, vizinha de Tubarão Martelo, bancou seu
investimento no Brasil com esse volume extraído no campo de Polvo –
tendo de compartilhar o negócio com os coreanos da SK – e ainda
conseguiu vendê-lo bem para a BP, que recentemente o passou adiante,
no caso, para a HRT. E isso com um horizonte de produção de apenas
oito anos.
Agora fica mais fácil entender a nova estratégia da OGX, de dar a cara
a tapa e concentrar a energia que lhe resta no início da produção de
Tubarão Martelo, esse sim com potencial de atingir rapidamente os 20
mil barris diários (40% de propriedade da Petronas, petrolífera
malaia). Falta pouco para ser concluída a plataforma de produção
(OSX-3) que vai para lá.
O banco que colocou como alvo o preço de R$ 0,10 por ação da OGX deve
ter atiçado o desejo dos espertalhões do emrcado. Meu palpite é que o
jogo é encurralar Eike Batista em um corner, para que vena a OGX nessa
bacia das almas. E aí, a esse preço, e com os ativos que a companhia
tem, os compradores ganhariam realmente muito dinheiro.
diretoria de exploração e produção com a presidência da OGX - a razão
deles terem escolhido um campo, na Bacia de Campos, que já havia sido
sondado pela Petrobras, sem que a estatal tivesse obtido bons
resultados, para dar partida aos investimentos da empresa petrolífera
criada por Eike batista. Mendonça fora superintendente de exploração
da Petrobras na Bacia de Santos e, portanto, conhecia bem “o caminho
das pedras” na região. À minha pergunta, ele respondeu que a Petrobras
fizera a sondagem ainda com tecnologia 2D e uma formação vulcânica
impedira os técnicos da estatal de visualizar, na ocasião, as
acumulações encontradas depois pela OGX com uso de técnicas mais
avançadas (3D).
O próprio Mendonça admitia que a acumulação Waimea (nome inicial do
campo de Tubarão Azul) não era a melhor formação que a a OGX
descobrira na Bacia de Campos. Mas a produção poderia começar
rapidamente, pelo fato de se situar em águas rasas. A OGX tivera sorte
de comprar uma plataforma quase pronta, que levou apenas apenas um ano
para ser adaptada às características do óleo de Tubarão Aazul.
Mas, sem dúvida, havia um excesso de otimismo nas projeções de
produção da empresas
. Poços em águas rasas, na área de concessão da OGX, têm uma produção
média de três mil barris diários, e a petrolífera de Eike Batista
projetara valores bem mais altos (média de dez mil barris/ dia).
Quando o campo entrou em produção o reservatório se comportou como as
previsões mais realistas, e menos otimistas. Havia pouco gás
(insuficiente até para alimentar a própria plataforma OGX-1) e a
produção teve de ser redimensionada, deflagrando o processo de perda
de credibilidade do grupo EBX.
Se a OGX tivesse definido inicialmente uma produção de 20 mil barris
diários (metade do que promtera atingir no primeiro ano), já seria um
ótimo resultado. Tubarão Azul ficou entre sete mil e 15 mil, com três
poços produtores. A Devon, vizinha de Tubarão Martelo, bancou seu
investimento no Brasil com esse volume extraído no campo de Polvo –
tendo de compartilhar o negócio com os coreanos da SK – e ainda
conseguiu vendê-lo bem para a BP, que recentemente o passou adiante,
no caso, para a HRT. E isso com um horizonte de produção de apenas
oito anos.
Agora fica mais fácil entender a nova estratégia da OGX, de dar a cara
a tapa e concentrar a energia que lhe resta no início da produção de
Tubarão Martelo, esse sim com potencial de atingir rapidamente os 20
mil barris diários (40% de propriedade da Petronas, petrolífera
malaia). Falta pouco para ser concluída a plataforma de produção
(OSX-3) que vai para lá.
O banco que colocou como alvo o preço de R$ 0,10 por ação da OGX deve
ter atiçado o desejo dos espertalhões do emrcado. Meu palpite é que o
jogo é encurralar Eike Batista em um corner, para que vena a OGX nessa
bacia das almas. E aí, a esse preço, e com os ativos que a companhia
tem, os compradores ganhariam realmente muito dinheiro.
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