Estaleiros voltam a empregar

Estaleiros voltam a empregar

POR GEORGE VIDOR
Coluna que foi ao ar na edição vespertina de 18/6/2013 do Globo a Mais, visualizada nos tablets dos assinantes:
A Petrobras se viu forçada a rever seu programa de investimentos para 
adequá-lo ao fluxo de recursos disponíveis gerados em seus próprios 
negócios. Havia o risco de um forte desequilíbrio, o que obrigaria a 
empresa a se financiar no mercado em condições desfaroráveis ou em 
proporções que a deixariam extremamente vulnerável. O mercado se 
assustou com o risco desse desequilíbrio e bateu em retirada, 
ocasionando uma desvalorização sem precedentes nas cotações das ações 
da companhia. 
Até que um novo equilíbrio seja mais perceptível, os acionistas 
remanescentes amargarão com a angústia de verem seus papéis tão 
desvalorizados, o que parece não fazer sentido para uma empresa com 
tamanha potencialidade, e empreendimentos de alto retorno, já 
palpáveis, como é o caso do pré-sal. 
Esse freio de arrumação afetou a indústria que havia se programado 
para os investimentos vultosos da Petrobras. Mas, em breve, as 
estatísticas começarão a mostrar uma retomada de investimentos (sinal 
que a estatal recuperou o controle das rédeas de seu fluxo de caixa). 
A construção naval, por exemplo, contratou muita gente nos dois 
últimos meses e o conjunto dos estaleiros ainda tem duas mil vagas a 
serem preenchidas, 
O estaleiro Inhaúma, que está convertendo um casco de um antigo 
petroleiro para transfomá-lo em base de uma plataforma que será usada 
pela Petrobras na produção dos campos descobertos na área de cessão 
onerosa (Bacia de Santos), teve que trazer operários da Bahia para 
suprir suas necessidades de mão de obra no Rio. Além deste casco, há 
outros três na China sendo reforçados para poderem navegar até o 
Brasil, o que representa um custo adicional não programado que 
contribuiu para retardar o cronograma de conversão no Brasil. 
Este mês deve ser inaugurado outro grande estaleiro em Suape, tendo 
agora à frente um grupo italiano. Lá serão construídos navios 
gase4iros encomendados pela Transpetro. 
A atividade de reparo naval também está ganhando força. O Estaleiro 
Mauá, em Niterói criou uma empresa para reeparos que já emprega 4.500 
pessoas (para quem vai do Rio para Niterói, essa área está à direita 
da ponte). 
E o que se espera é que essa retomada se reflita na siderurgia 
brasileira, que tem ando muito devagar.

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