Ex-capital da informalidade?

Ex-capital da informalidade?

POR GEORGE VIDOR
Mauro Osório, professor da UFRJ e um dos economistas que mais se debruçaram nos últimos anos em pesquisas sobre o que aconteceu (e acontece) no Rio de Janeiro, chama a atenção para uma mudança substantiva no mercado de trabalho carioca. Ainda visto como capital da informalidade, o Rio, na verdade, não merere mais esse título, ao menos no que tange ao trabalho. Entre março de 2002 e fevereiro de 2009, enquanto o número de empregos com carteira assinada cresceu 29%, o número dos sem carteira caiu 19,5% (de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE). Do total de pessoas ocupadas no Rio, 14% não tinham carteira assinada em fevereiro, enquanto na média das metrópoles brasileiras esse percentual era de 18,7%.
O professor endossa a tese que essa redução da informalidade no mercado de trabalho está relacionada à queda da taxa de expansão demográfica. O Rio tem a taxa mais baixa entre as capitais brasileiras e com isso o número de jovens em idade para entrar no mercado de trabalho passou a diminuir desde 2002 (a partir do ano que vem, essa curva inclinará fortemente). Aos empregadores, não resta alternativa se não a de assinar a carteira dos empregados, para não perdê-los para concorrentes.
Vale observar também que o Rio tem um percentual elevado de pessoas ocupadas que trabalham por conta própria (22.1%, enquanto a média das regiões metropolitanas nesse item é de 18,7%). E o percentual de pessoas com carteira assinada (47,6%) está baixo da média das principais regiões metropoilitanas (49,7). Pela ordem, as regiões metroplitanas de Belo Horizonte, Porto Alegre e São Paulo são as que apresentam os maiores percentuais de população ocupada trabalhando com carteira assinada.

Comentários