Falta o Ministro das Minas e Energia

Falta o Ministro das Minas e Energia

POR GEORGE VIDOR
Se confirmada a equipe econômica do segundo governo Dilma, 
informalmente já anunciada, o país ganhará tempo no ajuste inevitável 
do ano que vem. Joaquim Levy, convidado para a Fazenda, conhece por 
dentro as contas do Tesouro, sabe como cortar gastos (e onde buscar 
reforços para a arrecadação). Nelson Barbosa, que ficará no 
Planejamento, testemunhou a contabilidade criativa que acabou com a 
credibilidade da atual equipe fazendária, e certamente não aceitará 
que sua biografia fique manchada com esse tipo de tentativa de ocultar 
a realidade das finanças públicas. 
Armando Monteiro é um político que tem intimidade com o mundo dos 
negócios. Talvez possa seguir uma linha similar à do ex-ministro 
Furlán à frente do Ministério do Desenvolvimento. A perda de 
competitividade da indústria não será superada apenas com uma taxa de 
câmbio mais favorável ao setor. E dentro do governo é preciso ter 
alguém que faça o contraponto à tendência de se elevar a taxa de juros 
como principal ferramenta para segurar a inflação. 
A senadora Kátia Abreu não é uma unanimidade entre os líderes da 
agropecuária, mas é sem dúvida uma das mais intransigentes defensoras 
do agronegócio. 
Falta resolver o Ministério das Minas e Energia. É de lá que será 
administrada a crise hídrica que manterá caro o custo da eletricidade 
no país. E está na jurisdição do Ministério uma das tábuas de salvação 
da economia, o petróleo. Tem muita coisa que precisa ser consertada, 
começando pela recuperação da imagem da Petrobras.
Coluna veiculada na edição de 25/11/2014 da revista vespertina digital O Globo a Mais

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