Juros básicos estão na zona perigosa

Juros básicos estão na zona perigosa

POR GEORGE VIDOR
É ilusão se achar que uma alta exagerada nas taxas básicas de juros,, como a que foi decida pelo  Banco Central nesta última reunião do Copom (23/7/08), não significa ainda um risco para o sistema produtivo. A economia brasileira conviveu muitas anos com juros absurdos, despropositados, mas na verdade estava estruturada para tal. Agora não está mais. A dinãmica dos mercados fez com que as margens se estreitassem na maioria dos negócios - redução que tem sido compensada pela multiplicação das transações, nos volumes negociados - e os investimentos se alavancaram porque opcorreu uma considerável diminuição no custo de capital. Juros básicos de 13% são o limite supotável por essa estrutura produtiva atual. A partir daí, o BC pode jogar a economia no chão. E desncessariamente, pois independentemente do nível das taxas de juros domésticas os preços recuarão lá para o fim do ano em conseqüência de uma mudança na direção dos ventos da economia mundial.
Com a dosagem de 0,75 ponto percentual, o Copom elevou os juros básicos de olho fundamentalmente no relatório Focus, que reúne as projeções de destacados analistas do mercado financeiro sobre os principais indicadores da economia. Por esse relatório, as instituições passaram a projetar uma inflação acima do teto da meta para este ano (hipótese realmente válida), e como as autoridades monetária atribuem ás expetativas um peso relevante na própria formação dos preços (tais expectatuivas levariam os agentes econômicas a antecipar reajustes de preços, o que acaba  fazendo com que a profecia se concretize), a alta de 0,75 percentual, no lugar do aconselhável 0,5, seria  uma tentativa de levar os analistas a reverem, para baixo seus prognósticos. Tomara que funcione, para que o Copom pare logo de elevar os juros básicos.

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