Juros e Copom: antes tarde do que nunca
Juros e Copom: antes tarde do que nunca
As taxas básicas estão próximas de quebrar uma barreira psicológica importante no Brasil, equiparando-se às que vigoram na maioria das economias emergentes. O Banco Central perdeu este ano algumas oportunidades para promover esse ajuste a embora o momento já não esteja tão favorável, devido à volatilidade dos mercados financeiros internacionais, que refletem as dúvidas sobre os rumos da economia mundial, os juros podem ser ainda cortados porque permanecem altos demais.
Internamente, o comportamento recente dos preços de alguns alimentos também é motivo de desconforto para as autoridades monetárias: o IPCA, que baliza as metas de inflação, tende este ano a ficar mais perto de 4% do que de 3,5% .É por isso que todas as expectativas convergem para uma redução do ritmo de corte das taxas de juros nesta quarta-feira (5/8), na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom); há poucas semanas a opinião era quase unânime de que ocorreriam mais cortes de 0,5 ponto percentual.Mas as opiniões mudaram...
No entanto, a economia brasileira ainda não colheu todos os frutos derivados do processo de redução das taxas de juros. A diminuição do déficit do setor público, por exemplo, está finalmente abrindo espaço para que a poupança doméstica passe a financiar mais investimentos do setor privado, entre os quais se destaca a construção de novas residências. À medida que o custo de capital se torna mais acessível, o investimento tende a dar um salto, criando condições efetivas para a economia brasileira crescer mais rapidamente, de maneira sustentada.
Então só resta torcer para que, mesmo a conta-gotas, o Banco Central mantenha a trajetória de queda dos juros básicas, e no ano que vem o Brasil possa ter taxas civilizadas, de apenas um dígito.
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