Libra, acabou dando certo

Libra, acabou dando certo

POR GEORGE VIDOR
Artigo especial para a edição de 21/10/2013 do vespertino digital O Globo a Mais, dirigido a assinantes que o leem em Ipad:
Diante das empresas que se habilitaram para o leilão de Libra, o 
consórcio vencedor foi o melhor possível. A Petrobras será a operadora 
por exigência legal, mas Shell e Total (que somadas têm a mesma 
participação da estatal brasileira) também possuem grande experiência 
na exploração e produção de óleo e gás em águas profundas. A Shell, 
especialmente, é a que mais avançou na transformação do gás natural em 
combustíveis líquidos e pode contribuir com boas soluções para a o 
aproveitamento do produto no pré-sal, que, aliás, é um dos grandes 
desafio para as empresas que investem hoje na Bacia de Santos. O 
volume de gás associado ou não ao petróleo tem sido maior do que o 
esperado e a reinjeção nos poços não vem esbarrando em dificuldades 
técnicas. A Shell divide com a Petrobras a melhor tecnologia para 
concentrar no fundo do mar atividades que atualmente são feitas na 
superfície, o que aumenta o peso das plataformas e encarece esses 
equipamentos. A Total também vem se especializando na produção em 
águas profundas. Pela distância dos campos do pré-sal em relação à 
terra, novas soluções terão que surgir para se reduzir o custo do 
investimento em produção. 
As companhias chinesas, por sua vez, são ávidas importadoras de óleo. 
Serão parcerias comerciais importantes quando Libra estiver 
efetivamente em produção. 
Concluída a etapa do leilão, deve-se pensar agora em Libra como mais 
um campo gigante que entrará em atividade na costa do Rio de Janeiro. 
O estado precisa acelerar investimentos na infraestrutura que dará 
retaguarda a esses investimentos. O porto do Rio, e mais 
especificamente o cais de São Cristóvão, será a porta de entrada do 
pré-sal e já deveria estar sendo preparado para essa finalidade. A 
ferrovia que chega ao porto deve se integrar a essa logística, para 
transportar equipamentos pesados que chegam do interior para serem 
embarcados nos navios de apoio. Os acesso terrestres existentes não 
estão preparados para aguentar o movimento crescente. É urgente então 
que se ponha em prática o plano diretor de transportes nessa região. 
Tem muita coisa ainda a ser feita para que Libra se torne o sucesso esperado.

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