Mercados viraram manada

Mercados viraram manada

POR GEORGE VIDOR
A crise atravessou o Atlântico e agora parece que se instalou também no sistema financeiro europeu, embora nem de longe a situação dos bancos lá se compare à dos congêneres americanos. A alavancagem financeira na Europa além de menor, não foi tão comprometida com créditos hipotecários. Alguns mercados europeus, como o espanhol, o irlandês e o britãnico, tiveram uma "bolhinha" imobiliária, mas na França e na Alemanha, por exemplo, não se verificou tal valorização - no caso do mercado alemão  houve até queda na média, em função ainda da oferta no lado oriental, onde houve enorme esforço de reconstrução de casas, apartamentos e prédios comerciais.  O problema é que os bancos europeus muitos papéis americanos em carteira. E precisam refinanciá-los para se manter líquidos.
Mas, em época de crise, como os mercados passam a ter comportamento de manada, qualquer estampido provoca um estouro. Então quando um banco alemão balança, outro na Bélgica estremece, e surge o efeito dominó.
O que é mais frustrante em tudo isso é o comporyamento da bolsa de valores no Brasil. Essa explicação que o nosso mercado é mais líqudo do que o de outros emergentes não cola. Nesse momento os investidores estão buscando ativos mais seguros e não se pode dizer que as ações e títulos brasileiros estejam entre os mais vulneráveis (é  uma contradição buscar refúgio no dólar, a moeda que mais tende a se desvalorizar com essa crise). Então a bolsa aqui, se não tem motivos para estar em alta, também não tem motivos para cair tanto. Mas estouro da boiada ninguém controla; ela pára sozinha, de repente, quando cansa;

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