Mudanças no mercado de petróleo, Jihad, etc.
Mudanças no mercado de petróleo, Jihad, etc.
Uma região relativamente pequena do planeta, em volta do Golfo
Pérsico, responde por mais de um quarto da produção mundial de
petróleo. Disparado, o maior produtor é a Arábia Saudita, vindo a
seguir o Irã, o Iraque, o Kuwait, o Catar e os Emirados Árabes Unidos.
Há poucos anos o Catar descobriu no Golfo um grande reservatório de gás natural
na plataforma submarina, que se estende por águas territoriais do Irã.
Desde então se tornou um dos maiores polos mundiais de liquefação do
gás (GNL).
O investimento nessa enorme unidade de liquefação foi altíssimo
(algumas dezenas de bilhões de dólares), mas transformou completamente
o mercado internacional. Antes uma commodity regional,
praticamente restrita a áreas atendidas por gasodutos, com o GNL o gás natural
passou a singrar os mares dentro de navios metaneiros, pois em estado
líquido ocupa relativamente pouco espaço. O Brasil mesmo se tornou um
grande importador de GNL.
A essa transformação, de mercado regional em global, se seguiu outra
revolução no mundo dos hidrocarbonetos, que foi a exploração do gás de
folhelho e do petróleo não convencional, oriundo do xisto/betume nos
Estados Unidos e no Canadá.
O redesenho do mercado mundial de hidrocarbonetos se entrelaça com as
questões geopolíticas e a resultante foi a queda expressiva nas
cotações internacionais do petróleo. A perda de receita pouco afetará
no curto prazo a Arábia Saudita, o Catar e os Emirados, que há anos só
fazem acumular recursos em seus fundos soberanos. Mas a situação não é
a mesma no Irã e no Iraque. A disputa pela hegemonia política e
religiosa nessa região abriu ainda mais espaço para o fanatismo. O
petróleo custeia grande parte da população desses países, sem
empregá-la diretamente. Assim, jovens acabam sendo atraídos pelo apelo
da Jihad que, por sua vez, espera assumir as rédeas da economia do
petróleo. E os reflexos disso são sentidos na Europa.
É um momento complicado.
Pérsico, responde por mais de um quarto da produção mundial de
petróleo. Disparado, o maior produtor é a Arábia Saudita, vindo a
seguir o Irã, o Iraque, o Kuwait, o Catar e os Emirados Árabes Unidos.
Há poucos anos o Catar descobriu no Golfo um grande reservatório de gás natural
na plataforma submarina, que se estende por águas territoriais do Irã.
Desde então se tornou um dos maiores polos mundiais de liquefação do
gás (GNL).
O investimento nessa enorme unidade de liquefação foi altíssimo
(algumas dezenas de bilhões de dólares), mas transformou completamente
o mercado internacional. Antes uma commodity regional,
praticamente restrita a áreas atendidas por gasodutos, com o GNL o gás natural
passou a singrar os mares dentro de navios metaneiros, pois em estado
líquido ocupa relativamente pouco espaço. O Brasil mesmo se tornou um
grande importador de GNL.
A essa transformação, de mercado regional em global, se seguiu outra
revolução no mundo dos hidrocarbonetos, que foi a exploração do gás de
folhelho e do petróleo não convencional, oriundo do xisto/betume nos
Estados Unidos e no Canadá.
O redesenho do mercado mundial de hidrocarbonetos se entrelaça com as
questões geopolíticas e a resultante foi a queda expressiva nas
cotações internacionais do petróleo. A perda de receita pouco afetará
no curto prazo a Arábia Saudita, o Catar e os Emirados, que há anos só
fazem acumular recursos em seus fundos soberanos. Mas a situação não é
a mesma no Irã e no Iraque. A disputa pela hegemonia política e
religiosa nessa região abriu ainda mais espaço para o fanatismo. O
petróleo custeia grande parte da população desses países, sem
empregá-la diretamente. Assim, jovens acabam sendo atraídos pelo apelo
da Jihad que, por sua vez, espera assumir as rédeas da economia do
petróleo. E os reflexos disso são sentidos na Europa.
É um momento complicado.
Coluna veiculada na revista vespertina digital O Globo a Mais de 20/1/2015
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