No navio José Alencar
No navio José Alencar
Coluna veiculada em 19/11/2013 na revista verspertina digital O Globo a Mais, voltada para assinanets que a leem em tablets:
"Quem passa pela ponte em direção a Niterói talvez não consiga ter um a
noção precisa da linha de montagem em que se transformou o antigo
estaleiro Mauá. À direita de quem chega à cidade de Araribóia, no
bairro Ponta D'Areia, o estaleiro fica espremido entre a Baía de
Guanabara e um pequeno morro. Vários oficinas se distribuem nesse
trecho, e na área mais profunda está a carreira, local onde o casco de
um navio é montado, com um pequeno declive que permite que seja
lançado ao mar. É um momento que sempre envolve alguma tensão, pois ao
deslizar há risco (embora não relevante) de o navio tombar. Em alguns
estaleiros, o navio é montado dentro de um dique seco. Quando está em
condições de ser lançado ao mar, as comportas são abertas, o dique
enche e o navio flutua até o mar.. Estaleiros mais antigos, como o
Mauá, não têm essa opção.
A produtividade aumenta na construção naval quando, combinado ao dique
seco, os módulos vão sendo feitos e carregados por pórticos (uma
espécie de ponte rolante ) até a linha de montagem. O Mauá também não
conta com esses grandes pórticos, por falta de espaço físico. Ainda
assim, a produtividade vem aumentando rapidamente, porque os navios
começaram a será produzidos lá em série, a partir de uma encomenda da
Transpetro, dentro do programa intitulado Promef.
O Mauá está finalizando o quarto da primeira série de “Panamax”,
navios cuja largura permite a travessia pelo famoso canal. Esses
petroleiros se destinam a carregar produtos como gasolina, óleo diesel
e querosene de aviação. Chama-se José Alencar, em homenagem ao
falecido vice-presidente .
A segunda série de embarcações já entrou na linha de montagem. O
primeiro deles é o Anita Garibaldi. Ancorado junto ao cais, ao lado do
José Alencar. Quanto nos próximos dias o José Alencar zarpar o Anita
será puxado para seu lugar. O navio “irmão” do Anita, ainda sem nome,
será então lançado ao mar, e um terceiro começará a ser montado na
carreira. Depois que terminar a segunda série, entrará em produção a
terceira série (também de quatro embarcações), e assim o Mauá
continuará a pleno vapor pelo menos até 2018.
As encomendas da Transpetro abrangem outros estaleiros, como o EAS, em
Suape e o Tietê, em São Paulo (barcaças). Os demais estaleiros estão
construindo plataformas de petróleo e embarcações de apoio à indústria
no mar.
A construção naval está de fato tendo uma chance de ganhar a
eficiência e se tornar competitiva, em termos internacionais. Se isso
ocorrer, mais armadores farão encomendas no país, pois há um outro
estímulo para tal: para cada embarcação construída aqui a legislação
permite que se possa alugar outra no exterior. E o afretamento é
autorizado mesmo antes do início da construção. Mas o custo de se
construir um navio no Brasil era tão alto que acabava sendo mais fácil
importar a embarcação, pagando todos os impostos.
Pode ser que isso esteja mudando. As encomendas atuais garante que a
construção naval brasileira trabalhe agora em bom ritmo. "
noção precisa da linha de montagem em que se transformou o antigo
estaleiro Mauá. À direita de quem chega à cidade de Araribóia, no
bairro Ponta D'Areia, o estaleiro fica espremido entre a Baía de
Guanabara e um pequeno morro. Vários oficinas se distribuem nesse
trecho, e na área mais profunda está a carreira, local onde o casco de
um navio é montado, com um pequeno declive que permite que seja
lançado ao mar. É um momento que sempre envolve alguma tensão, pois ao
deslizar há risco (embora não relevante) de o navio tombar. Em alguns
estaleiros, o navio é montado dentro de um dique seco. Quando está em
condições de ser lançado ao mar, as comportas são abertas, o dique
enche e o navio flutua até o mar.. Estaleiros mais antigos, como o
Mauá, não têm essa opção.
A produtividade aumenta na construção naval quando, combinado ao dique
seco, os módulos vão sendo feitos e carregados por pórticos (uma
espécie de ponte rolante ) até a linha de montagem. O Mauá também não
conta com esses grandes pórticos, por falta de espaço físico. Ainda
assim, a produtividade vem aumentando rapidamente, porque os navios
começaram a será produzidos lá em série, a partir de uma encomenda da
Transpetro, dentro do programa intitulado Promef.
O Mauá está finalizando o quarto da primeira série de “Panamax”,
navios cuja largura permite a travessia pelo famoso canal. Esses
petroleiros se destinam a carregar produtos como gasolina, óleo diesel
e querosene de aviação. Chama-se José Alencar, em homenagem ao
falecido vice-presidente .
A segunda série de embarcações já entrou na linha de montagem. O
primeiro deles é o Anita Garibaldi. Ancorado junto ao cais, ao lado do
José Alencar. Quanto nos próximos dias o José Alencar zarpar o Anita
será puxado para seu lugar. O navio “irmão” do Anita, ainda sem nome,
será então lançado ao mar, e um terceiro começará a ser montado na
carreira. Depois que terminar a segunda série, entrará em produção a
terceira série (também de quatro embarcações), e assim o Mauá
continuará a pleno vapor pelo menos até 2018.
As encomendas da Transpetro abrangem outros estaleiros, como o EAS, em
Suape e o Tietê, em São Paulo (barcaças). Os demais estaleiros estão
construindo plataformas de petróleo e embarcações de apoio à indústria
no mar.
A construção naval está de fato tendo uma chance de ganhar a
eficiência e se tornar competitiva, em termos internacionais. Se isso
ocorrer, mais armadores farão encomendas no país, pois há um outro
estímulo para tal: para cada embarcação construída aqui a legislação
permite que se possa alugar outra no exterior. E o afretamento é
autorizado mesmo antes do início da construção. Mas o custo de se
construir um navio no Brasil era tão alto que acabava sendo mais fácil
importar a embarcação, pagando todos os impostos.
Pode ser que isso esteja mudando. As encomendas atuais garante que a
construção naval brasileira trabalhe agora em bom ritmo. "
Adendo à coluna: Visitei o José Alencar ainda ancorado junto ao cais do estaleiro Mauá. A tripulação já estava embarcada e fui muito bem recebido pelo comandante Luis Otávio de Miranda e toda sua equipe. Durante 90 dias a tripulação fica embarcada. Quanto estive lá o José Alencar ainda não tinha sua primeira missão definida (provavelmente carregará gasolina, diesel ou querosene de aviação entre terminais dentro do próprio país).
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