O país da Pnad

O país da Pnad

POR GEORGE VIDOR
Coluna veiculada em 23/9/2014 na revista vespertina digital O Globo a Mais, voltada para assinantes que a leem em tablets e smartphones:
É uma pena que o erro cometido por técnicos do IBGE na compilação dos 
dados que compõem a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 
2013 possa, a partir de agora, criar um clima de desconfiança em 
relação à Pnad, cuja contribuição tem sido inestimável para nos ajudar 
a entender o Brasil. 
Se a conjuntura econômica atual é preocupante, o quadro se torna mais 
animador quando se olha para a frente com base nos resultados da Pnad. 
O mercado de trabalho se formalizou e já não estamos longe de ter 
quase 100% das crianças na escola a partir de 4 anos de idade. A 
percentagem de jovens com curso superior completo deixou de ser 
irrelevante e isso é  fundamental para que se consiga alcançar 
níveis de produtividade necessários ao sonhado aumento de eficiência 
que o país precisa. 
Ainda assim, o Brasil deve permanecer como um país de contrastes por 
longo tempo. Temos quase todas as residências providas de comodidades 
do mundo moderno, como geladeira, fogão, televisão, eletricidade e 
telefone, mas o esgoto não é coletado em mais de um terço dos 
domicílios. Há pelo um carro e conexão com a internet em praticamente 
metade das residências. Cerca de 76% dos trabalhadores no setor 
privado têm carteira assinada. Mas o Norte e o Nordeste ainda amargam 
índices de desemprego insatisfatórios. 
A Pnad mostra o caminho das pedras para as políticas públicas produzirem 
mais avanços sociais.

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