O PIB de 2013
O PIB de 2013
Coluna veiculada em 3/9/2013 no vespertino digital O Globo a Mais, voltado para assinantes que o leem em tablets:
O cálculo preliminar do Produto Interno Bruto brasileiro no segundo
trimestre mostrou uma expansão de 1,5% em relação ao trimestre
anterior, segundo o IBGE, o que contrariou a grande maioria das
estimativas no mercado. A Macrométrica, do economista Chico Lopes, foi
voz dissonante, mas ele já alertara que, diante da expressiva variação
dos indicadores mês a mês era preciso tomar mais cuidado com as
projeções, pois corria-se o risco de subestimar o resultado. E não deu
outra.
A economia não anda a mil maravilhas. Para este terceiro trimestre, o
próprio Chico Lopes prevê uma desaceleração, mas com expressiva
probabilidade de uma recuperação nos últimos três meses do ano. Nesse
caso, o PIB fecharia 2013 com um crescimento de 2,9%.
Há uma ansiedade natural por mais crescimento para que se possa ir bem
mais rápido na solução de tantos problemas acumulados no Brasil. Mas o
crescimento esbarra não apenas em restrições financeiras. Existem
restrições físicas que elevam significativamente o custo de vários
elos na cadeia produtiva.
A concretização dos investimentos capazes de eliminar as restrições
físicas dependem, por sua vez, de uma boa equação financeira. O
mercado de capitais, que vinha dando uma contribuição para essa
equação, se retraiu, diante de algumas frustrações e experiências que
ainda não foram bem-sucedidas. Diante das incertezas na economia
mundial, os financiamentos externas são uma fonte de alto risco.
Sobrou então o BNDES, que está com capacidade quase esgotada. O
Tesouro fica emitindo títulos para emprestar ao banco, mas tal prática
é alvo de muitas críticas, porque, sem dúvida, adiciona mais um
componente de risco às finanças públicas, cuja trajetória não boa
(pela redução dos superávits primários e pela dificuldade de o governo
segurar despeas de custeio). Na semana passada o Ministro da Fazenda,
Guido Mantega, promoveu uma reunião com a cúpula dos principais bancos
privados para propor a formação de “sindycates” bancários brasileiros
em condições de viabilizar financiamentos para projetos de
infraestrutura. É uma ideia que terá ainda que amadurecer.
Enquanto isso, talvez tenhamos que nos contentar com um ritmo de
crescimento econômico mais modesto. Algo na faixa de 3% a 4% ao ano já
deveria ser motivo de comemoração efusiva.
trimestre mostrou uma expansão de 1,5% em relação ao trimestre
anterior, segundo o IBGE, o que contrariou a grande maioria das
estimativas no mercado. A Macrométrica, do economista Chico Lopes, foi
voz dissonante, mas ele já alertara que, diante da expressiva variação
dos indicadores mês a mês era preciso tomar mais cuidado com as
projeções, pois corria-se o risco de subestimar o resultado. E não deu
outra.
A economia não anda a mil maravilhas. Para este terceiro trimestre, o
próprio Chico Lopes prevê uma desaceleração, mas com expressiva
probabilidade de uma recuperação nos últimos três meses do ano. Nesse
caso, o PIB fecharia 2013 com um crescimento de 2,9%.
Há uma ansiedade natural por mais crescimento para que se possa ir bem
mais rápido na solução de tantos problemas acumulados no Brasil. Mas o
crescimento esbarra não apenas em restrições financeiras. Existem
restrições físicas que elevam significativamente o custo de vários
elos na cadeia produtiva.
A concretização dos investimentos capazes de eliminar as restrições
físicas dependem, por sua vez, de uma boa equação financeira. O
mercado de capitais, que vinha dando uma contribuição para essa
equação, se retraiu, diante de algumas frustrações e experiências que
ainda não foram bem-sucedidas. Diante das incertezas na economia
mundial, os financiamentos externas são uma fonte de alto risco.
Sobrou então o BNDES, que está com capacidade quase esgotada. O
Tesouro fica emitindo títulos para emprestar ao banco, mas tal prática
é alvo de muitas críticas, porque, sem dúvida, adiciona mais um
componente de risco às finanças públicas, cuja trajetória não boa
(pela redução dos superávits primários e pela dificuldade de o governo
segurar despeas de custeio). Na semana passada o Ministro da Fazenda,
Guido Mantega, promoveu uma reunião com a cúpula dos principais bancos
privados para propor a formação de “sindycates” bancários brasileiros
em condições de viabilizar financiamentos para projetos de
infraestrutura. É uma ideia que terá ainda que amadurecer.
Enquanto isso, talvez tenhamos que nos contentar com um ritmo de
crescimento econômico mais modesto. Algo na faixa de 3% a 4% ao ano já
deveria ser motivo de comemoração efusiva.
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