O temor da "tempestade perfeita"
O temor da "tempestade perfeita"
Coluna veiculada na edição de 24/12/2013 na revista digital O Globo a Mais, dirigida a assinantes que a leem em tablets:
A expressão “tempestade perfeita” passou a fazer parte de prognósticos
sobre a economia brasileira em 2014 tendo-se como premissa que a
retirada de estímulos monetários pelo banco central americano (Federal
Reserve) será capaz de mudar os fluxos de capital no mundo. Como o
Brasil está em situação mais vulnerável nas contas externas, com um
déficit crescente em transações correntes (mercadorias e serviços) que
já passa do equivalente a 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB), essa
mudança nos fluxos de capital reduziria o volume de investimentos
diretos e a oferta de financiamentos externos ao país. Haveria então
uma pressão sobre a taxa de juros, agravada pela possibilidade de
agências internacionais de avaliação de risco rebaixarem a
classificação da economia brasileira, que cairia um degrau, mas sem
sair ainda da categoria dos países que podem merecer crédito de
investidores em moeda estrangeira.
Essa pressão levaria a um inevitável ajuste na taxa de câmbio, em
situação paralela à ocorrida em 2003, quando a cotação do dólar passou
de R$ 4,00.
O ajuste no câmbio, por sua vez, obrigaria o Banco Central a dar um
choque de juros internos para segurar a inflação.
Nesse mundo em que as finanças são determinantes nos rumos de qualquer
economia, não se pode desconsiderar hipóteses negativas, como a da
“tempestade perfeita”.
No entanto, a voz sensata do ex-ministro Delfim Netto mostra que
existem anteparos para evitar o risco de uma crise como essa. Em
entrevista ao jornal Valor, o professor Delfim Netto alerta que o
corte gradual de estímulo moneta´rios pelo Fed deu espaço para a
economia brasileira se ajustar. Um superávit fiscal do setor público
equivalente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB), que já se mostrou bem
viável em passado recente, seria um bom antídoto contra a “tempestade
perfeita”. O programa de concessões na infraestrutura de transportes
foi um também um bom sinal para os investidores e o desafio do governo
seria, a partir dessas iniciativas, será recuperar credibilidade.
Ano de eleições gerais não costuma casar com ajuste fiscal. mas pode
ser também a oportunidade que o governo precisa para mostrar qeu a
política econômica voltou a ter seriedade depois de todo o desgaste da
"contabilidade criativa" para fechar contas públicas dentro de
parâmetros que seriam aceitáveis pelo mercado.
Se não fizer o ajuste, acreditando que isso pode prejudicar a
reeeleição da presidente Dilma, o goevrno dará um tiro no pé. Um não,
vários.
2014 pode significar crise ou oportunidade, como no ideograma chinês.
Qu seja a segunda hipótese.
Um ótimo Ano Novo para todos.
sobre a economia brasileira em 2014 tendo-se como premissa que a
retirada de estímulos monetários pelo banco central americano (Federal
Reserve) será capaz de mudar os fluxos de capital no mundo. Como o
Brasil está em situação mais vulnerável nas contas externas, com um
déficit crescente em transações correntes (mercadorias e serviços) que
já passa do equivalente a 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB), essa
mudança nos fluxos de capital reduziria o volume de investimentos
diretos e a oferta de financiamentos externos ao país. Haveria então
uma pressão sobre a taxa de juros, agravada pela possibilidade de
agências internacionais de avaliação de risco rebaixarem a
classificação da economia brasileira, que cairia um degrau, mas sem
sair ainda da categoria dos países que podem merecer crédito de
investidores em moeda estrangeira.
Essa pressão levaria a um inevitável ajuste na taxa de câmbio, em
situação paralela à ocorrida em 2003, quando a cotação do dólar passou
de R$ 4,00.
O ajuste no câmbio, por sua vez, obrigaria o Banco Central a dar um
choque de juros internos para segurar a inflação.
Nesse mundo em que as finanças são determinantes nos rumos de qualquer
economia, não se pode desconsiderar hipóteses negativas, como a da
“tempestade perfeita”.
No entanto, a voz sensata do ex-ministro Delfim Netto mostra que
existem anteparos para evitar o risco de uma crise como essa. Em
entrevista ao jornal Valor, o professor Delfim Netto alerta que o
corte gradual de estímulo moneta´rios pelo Fed deu espaço para a
economia brasileira se ajustar. Um superávit fiscal do setor público
equivalente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB), que já se mostrou bem
viável em passado recente, seria um bom antídoto contra a “tempestade
perfeita”. O programa de concessões na infraestrutura de transportes
foi um também um bom sinal para os investidores e o desafio do governo
seria, a partir dessas iniciativas, será recuperar credibilidade.
Ano de eleições gerais não costuma casar com ajuste fiscal. mas pode
ser também a oportunidade que o governo precisa para mostrar qeu a
política econômica voltou a ter seriedade depois de todo o desgaste da
"contabilidade criativa" para fechar contas públicas dentro de
parâmetros que seriam aceitáveis pelo mercado.
Se não fizer o ajuste, acreditando que isso pode prejudicar a
reeeleição da presidente Dilma, o goevrno dará um tiro no pé. Um não,
vários.
2014 pode significar crise ou oportunidade, como no ideograma chinês.
Qu seja a segunda hipótese.
Um ótimo Ano Novo para todos.
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