OGX e OSX têm futuro?
OGX e OSX têm futuro?
Coluna veiculada na edição de 5/11/2013 da revista digital vespertina O Globo a Mais, voltada para assinantes que a leem em tablets:
OGX e OSX sobreviverão à implosão do grupo de Eike Batista? É provável
que sim, desde que se chegue a um entendimento com os credores que
possibilite um alongamento dos débitos ou redução do valor devido. Em
geral, empresas acham que dever a bancos é mais complicado que emitir
títulos e captar recursos no mercado. Mas quando é preciso renegociar
débitos, a situação se inverte. Bancos são mais pragmáticos nessa
questão; se veem que há possibilidade de recuperar o que foi
emprestado, ou parte disso, admitem repactuar o financiamento. Com os
portadores de títulos dificilmente se consegue chegar a um
entendimento desse tipo. Cada um tenta livrar o máximo do quinhão e o
acordo não sai. A Argentina até hoje se digladia com portadores de sua
antiga dívida em títulos; já a Grécia conseguiu firmar um acordo com
bancos credores, ao meio de uma recomposição de seus débitos
envolvendo também o FMI e a própria União Europeia.
No caso da OGX, o processo de recuperação judicial, se aceito, força o
entendimento. E basicamente o que a companhia propõe, de acordo com
os, documentos que anexou no pedido de recuperação judicial, é
investir na produção os recursos que terá disponível pelos próximos
dois anos. Nos dois campos onde isso será possível (Tubarão Martelo,
na Bacia de Campos, e o antigo BS-4 na Bacia de Santos), a venda do
petróleo extraído pode fazer com que a empresa se recupere, de fato.
Nada que se pareça com a projeção inicial, de superar o patamar de
produção de 1 milhão de barris diários de óleo bruto no início da
próximo década. Será algo bem mais modesto,mas capaz de transformá-la
em uma companhia de petróleo lucrativa.
Já em relação à OSX, o quadro é bem diferente. As dívidas contraídas
têm em contrapartida três plataformas de produção de petróleo. Uma
deve continuar com um contrato vinculado à OGX (Tubarão Martelo); uma
segunda ainda poderia ser aproveitada também pelaOGX e a terceira
seria revendida. A OSX tende a se desfazer desse segmento (leasing de
plataformas) e se concentrar na construção e/ou reparo naval. O local
do estaleiro, no porto do Açu, é adequado. A empresa já tem contratos
de construção e poderia se associar a outras companhias.
A OSX se propunha a ser o maior estaleiro da América Latina. Talvez
não assuma esse posto, ao menos nesta década. E a OGX que ansiava em
ser a segunda maior empresas brasileira de petróleo dificilmente
estará entre as dez primeiras.
que sim, desde que se chegue a um entendimento com os credores que
possibilite um alongamento dos débitos ou redução do valor devido. Em
geral, empresas acham que dever a bancos é mais complicado que emitir
títulos e captar recursos no mercado. Mas quando é preciso renegociar
débitos, a situação se inverte. Bancos são mais pragmáticos nessa
questão; se veem que há possibilidade de recuperar o que foi
emprestado, ou parte disso, admitem repactuar o financiamento. Com os
portadores de títulos dificilmente se consegue chegar a um
entendimento desse tipo. Cada um tenta livrar o máximo do quinhão e o
acordo não sai. A Argentina até hoje se digladia com portadores de sua
antiga dívida em títulos; já a Grécia conseguiu firmar um acordo com
bancos credores, ao meio de uma recomposição de seus débitos
envolvendo também o FMI e a própria União Europeia.
No caso da OGX, o processo de recuperação judicial, se aceito, força o
entendimento. E basicamente o que a companhia propõe, de acordo com
os, documentos que anexou no pedido de recuperação judicial, é
investir na produção os recursos que terá disponível pelos próximos
dois anos. Nos dois campos onde isso será possível (Tubarão Martelo,
na Bacia de Campos, e o antigo BS-4 na Bacia de Santos), a venda do
petróleo extraído pode fazer com que a empresa se recupere, de fato.
Nada que se pareça com a projeção inicial, de superar o patamar de
produção de 1 milhão de barris diários de óleo bruto no início da
próximo década. Será algo bem mais modesto,mas capaz de transformá-la
em uma companhia de petróleo lucrativa.
Já em relação à OSX, o quadro é bem diferente. As dívidas contraídas
têm em contrapartida três plataformas de produção de petróleo. Uma
deve continuar com um contrato vinculado à OGX (Tubarão Martelo); uma
segunda ainda poderia ser aproveitada também pelaOGX e a terceira
seria revendida. A OSX tende a se desfazer desse segmento (leasing de
plataformas) e se concentrar na construção e/ou reparo naval. O local
do estaleiro, no porto do Açu, é adequado. A empresa já tem contratos
de construção e poderia se associar a outras companhias.
A OSX se propunha a ser o maior estaleiro da América Latina. Talvez
não assuma esse posto, ao menos nesta década. E a OGX que ansiava em
ser a segunda maior empresas brasileira de petróleo dificilmente
estará entre as dez primeiras.
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