OGX e OSX têm futuro?

OGX e OSX têm futuro?

POR GEORGE VIDOR
Coluna veiculada na edição de 5/11/2013 da revista digital vespertina  O Globo a Mais, voltada para assinantes que a leem em tablets:
OGX e OSX sobreviverão à implosão do grupo de Eike Batista? É provável 
que sim, desde que se chegue a um entendimento com os credores que 
possibilite um alongamento dos débitos ou redução do valor devido. Em 
geral, empresas acham que dever a bancos é mais complicado que emitir 
títulos e captar recursos no mercado. Mas quando é preciso renegociar 
débitos, a situação se inverte. Bancos são mais pragmáticos nessa 
questão; se veem que há possibilidade de recuperar o que foi 
emprestado, ou parte disso, admitem repactuar o financiamento. Com os 
portadores de títulos dificilmente se consegue chegar a um 
entendimento desse tipo. Cada um tenta livrar o máximo do quinhão e o 
acordo não sai. A Argentina até hoje se digladia com portadores de sua 
antiga dívida em títulos; já a Grécia conseguiu firmar um acordo com 
bancos credores, ao meio de uma recomposição de seus débitos 
envolvendo também o FMI e a própria União Europeia. 
No caso da OGX, o processo de recuperação judicial, se aceito, força o 
entendimento. E basicamente o que a companhia propõe, de acordo com 
os, documentos que anexou no pedido de recuperação judicial, é 
investir na produção os recursos que terá disponível pelos próximos 
dois anos. Nos dois campos onde isso será possível (Tubarão Martelo, 
na Bacia de Campos, e o antigo BS-4 na Bacia de Santos), a venda do 
petróleo extraído pode fazer com que a empresa se recupere, de fato. 
Nada que se pareça com a projeção inicial, de superar o patamar de 
produção de 1 milhão de barris diários de óleo bruto no início da 
próximo década. Será algo bem mais modesto,mas capaz de transformá-la 
em uma companhia de petróleo lucrativa. 
Já em relação à OSX, o quadro é bem diferente. As dívidas contraídas 
têm em contrapartida três plataformas de produção de petróleo. Uma 
deve continuar com um contrato vinculado à OGX (Tubarão Martelo); uma 
segunda ainda poderia ser aproveitada também pelaOGX e a terceira 
seria revendida. A OSX tende a se desfazer desse segmento (leasing de 
plataformas) e se concentrar na construção e/ou reparo naval. O local 
do estaleiro, no porto do Açu, é adequado. A empresa já tem contratos 
de construção e poderia se associar a outras companhias. 
A OSX se propunha a ser o maior estaleiro da América Latina. Talvez 
não assuma esse posto, ao menos nesta década. E a OGX que ansiava em 
ser a segunda maior empresas brasileira de petróleo dificilmente 
estará entre as dez primeiras.

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