Os resultados da Petrobras

Os resultados da Petrobras

POR GEORGE VIDOR
Reprodução da coluna publciada pelo vespertino O Globo a Mais em 28/4/2013:
Em comparação ao primeiro trimestre do ano passado o lucro líquido da 
Petrobras até diminuiu nos primeiros meses de 2013. Ainda assim, o 
mercado de ações reagiu favoravelmente ao balanço trimestral da 
companhia. A produção até diminuiu no período. Por que então essa 
reação positiva? Mesmo com queda da produção e da redução do lucro 
líquido, o balanço trimestral mostrou que a Petrobras já pode ter 
passado do ponto de inflexão e entrado em uma rota de recuperação. 
A curva de declínio da produção nos chamados campos maduros estava 
mais rápida e acentuada do que a entrada em operação de novos campos. 
Ao que tudo indica, a Petrobras conseguiu atenuar essa curva de 
declínio e acelerar a produção dos novos campos, como se observa, por 
exemplo, no pré-sal, que ultrapassou a barreira dos 300 mil baris 
diários. 
Na divulgação de seu plano de negócios para o período 2013-2017 já se 
verificou um esforço de melhora na gestão dos investimentos em curso, 
o que significa que daqui para a frente não deverá haver grandes 
surpresas na execução dos orçamentos da empresa. Na exploração e no 
desenvolvimento de campos do pré-sal, especialmente na Bacia de 
Santos, também há uma redução relativa de custos, o que deve 
contribuir para aumentar a lucratividade da produção. 
A questão dos preços de alguns derivados (diesel, gasolina e gás de 
cozinha) não está equacionada, mas ao menos já diminuiu 
significativamente a diferença entre o que a companhia paga na 
importação – para complementar sua própria produção – e o que vende 
no mercado interno. A boa notícia é que o incremento não esperado na 
produção de etanol deve contribuir para a redução das importações de 
gasolina, e isso significa que a Petrobras terá menos perdas nessa 
operação. 
Essa mudança de comportamento do mercado se deve a uma recomposição 
das carteiras de fundos estrangeiros que mantêm posições em títulos de 
empresas brasileiras. Petrobras tinha ficado de fora dessas carteira 
mas vários fundos voltaram a comprar os papéis da estatal. E no rastro 
dessa recuperação subiram as ações da OGX (a companhia petrolífera de 
Eike Batista), que tinham amargado uma inacreditável desvalorização.

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