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Pádua, uma boa surpresa
Pádua, uma boa surpresa
A região do Vêneto tem muitas atrações para os visitantes, porém quase sempre elas são relegadas face à exuberância de Veneza, que, de fato, é"hors concours". Sou fã da França, e talvez esteja escrevendo uma heresia, mas acho o Palácio dos Doges em Veneza tão ou mais impactante que Versailles, guardadas as devidas proporções entre um e outro. É pelo Palácio dos Doges que se tem acesso ao interior da Ponte dos Suspiros e às masmorras; lá também fica o salão com o maior vão de todos os palácios construídos ou reformados na Renascença. Sobre Veneza é possível escrever páginas e páginas, mas prefiro aqui dar uma dica para quem pretende visitá-la: se hospede em Pádua. Os hotéis em Veneza são caríssimos. A diária do Cipriani não sai por menos de 1.200 euros. O Bellini, ao lado da estação ferroviária, fica na faixa de 400 euros. Uma vez consegui ficar no Lido, mas por pura sorte, em um hotel que custava cento e poucos dólares, se não me engano. A maioria dos visitantes acaba se hospedando em Mestre, que está ligada a Veneza por uma ponte rodo-ferroviária. Mestre é uma cidade de periferia, portuária, meio poluída, sem graça. A oferta de hotéis é grande, e nem por isso barata. Pádua está a meia hora de trem de Veneza (o bilhete custa dez euros, ida e volta, e quem quiser pode retornar bem tarde, pois o último trem sai depois da meia noite). Além disso também é uma cidade impactante, com um centro histórico monumental. Quase todos os principais pontos de atração de Veneza estão no caminho para pedestres entre a estação ferroviária e a Praça de São Marcos. O melhor é fazer o trecho a pé e voltar de vaporetto para a estaçào (pelo Grande canal, que nào tem calçada junto à margem, a não ser em um trecho relativamente pequeno junto à ponte Rialto), ou vice-versa. O Vêneto é uma região quie fica muito próxima da antiga fronteira do III Reich e por isso foi muito bombardeada pelos aliadosna Segunda Guerra Mundial. Em Pádua, a igreja românica Erimitani, de 1276, teve de ser reconstruída, pois havia quartéis nas cercanias. Ao lado da igreja está a bilheteria para o acesso à fabulosa Capella degli Scrovegni. A capela foi o o que sobrou de um desaparecido palácio medieval. O pai de Scrovegni era agiota e a construção da capela seria uma tentativa de remediar os pecados da família. Os afrescos foram pintados diretamente ou sob supervisão de Giotto (é uma das poucas obras que se pode assegurar a autenticidade do trabalho do grande pintor, que influenciou tantos outros mestres da pintura). A maior atração de Pádua é a Basílica de Santo Antonio, construída em 1232 para abrigar os restos mortais e as relíquias do santo. É um dos maiores templos da cristandade, contrastando com a vida monástica que o santo levara. A escultura Gattamelata, de Donatelo, está próxima à entrada principal da Basília. A Basílica de Santa Giusta também merece ser visitada, além do Duomo. O centro histórico de Pádua é primoroso e pode-se percorrê-lo a pé o tempo todo. Pontos altos: Piazza dei Signori e Piazza dei Erbe (onde fica o Palácio da Razão, até hoje sede da justiça local). O Caffe Pedrocchi é visita obrigatória - e para o turista que bate perna pelas ruas, tem um atrativo a mais: os toaletes sào ótimos!. O nordeste da Itália é uma região rica e com muitas cidades quase coladas umas às outras. Como centro da região, Pádua tem tardes movimentadas nos fins de semana, quando o tempo ajdua, é claro. Uma boa dica de hotel em Pádua é o Plaza, que fica no Corso Milano, a poucos metros do centro histórico. É daqueles hotéis grandões, mas simpático e confortável (e tem garagem). Vizinho dele há um restaurante estrelado: nào cheguei a experimentar. Outra cidade que merece ser visitada na região é Treviso, também chamada de pequena Veneza, porque é cortada por canais. Os estacionamentos ficam ao redor do centro histórico, já dentro das muralhas. Os pontos altos de Treviso sáo a via Calmaggiore e a Piazza della Signora. Domingo de manhã a cidade toda se reúne por lá. De Pádua voltei para a Áustria, onde teria de pegar o avião. Nesta volta, primeiro passei em Vicenza - que não conhecia -, que tem um centro histórico também muito interessante. Mas lá bem ao lado da Piazza da Signoria, comi uma das piores pizzas da minha vida... O caminho mais curto para Viena seria percorrer a auto-estrada Milão-Veneza e depois seguir na direção de Triestre. Mas no Friuli, em vez de subir para Udine, optei por conhecer rapidamente a Eslovênia. O país foi o primeiro a se libertar na antiga Iugoslávia, mas ainda carrega um pouco da herança do socialismo. No entantro, desde que passou a fazer parte da União Européia novas estradas estão sendo construídas e em 2007 o euro será adotado como moeda local. Liubliana me pareceu uma cidade alegre - tem um centro histórico com vários restaurantes, cafés e música ao vivo - em um deles dois violonistas tocavam música brasileira. mas pro causa do impacto inicial de chegada na cidade, com aqueles prédidos do modelo socialista, desisti de dormir lá. Depois me arrependi. Teria sido muito barato. Esta é uma igreja românica de Treviso (se não me engano, é a de São Francisco). Em Pádua, com o Café Pedrocchi ao fundo (vale a pena visitar o interior do café). Pádua, centro histórico Pádua, mais centro histórico Basílica de Santa Justa, em Pádua Vicenza, a 30 quilômetros de Pádua (dei uma passada lá,antes de voltar a Áustria) O simpático centro histórico de Liubliana, capital da Eslovênia, onde só fiquei por duas horas. Depois me arrependi de não ter passado a noite lá. Fotos de Heloisa Magalhães, gentilmente cedida pelo jornal Valor.
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