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Paraty
Paraty
Na semana do Copom, Paraty Esta é a semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para aumentar as taxas de juros. Para não pensar nessa infeliz e provável decisão, prefiro comentar aqui uma rápida visita a Paraty, feita juntamente com um grupo de amigos que periodicamente se encontra em Itaipava. Algumas coisas melhoraram desde que estive lá pela última vez, há três anos. Outras não. A cidade continua notívaga, com música ao vivo em vários bares. Mas a turma jovem, com dinheiro curto no bolso, fica mesmo na rua, batendo papo e azarando. Paraty recebe cada vez mais visitantes estrangeiros. E está deixando de ser reduto de paulistas, pois os cariocas afinal descobriram a região. A feira literária (Flip) é realizada em junho; em março a maioria das pousadas já não aceita reservas para a época do evento, tamanha é a procura. No início deste blog fiz algumas sugestões de caminhadas e passeios de barco por lá. Soube agora que a ladeira do Deus me livre, que dá acesso às praias da Trindade, está asfaltada, o que multiplicou a freqüência ao local paradisíaco (mas agora também cheio de bicho-grilo; já se fala que os tentáculos do comércio de drogas chegaram até ali). O ambiente em Paraty é próprio para as artes plásticas e para o artesanato de boa qualidade. O comércio local é atrativo (recomendo, por exemplo, o licor de limão, à base de cachaça - inspirado em similar italiano - vendido em uma loja que fica logo na entrada da rua de pedestres que dá acesso ao centro histórico) e já há restaurantes com uma boa relação custo/benefício. O Kontik, que fica nas ilhas Duas Irmãs (o acesso é feito pelo cais principal, e são apenas dez minutos de navegação), tem toda uma aparência de armadilha para turistas. Mas a paella é boa, farta, o preço honesto, e o visual excelente. O serviço também é bom, com atendentes atenta(o)s e simpática(o)s. Imperdível mesmo é o Gite de Indaitabuba. Um francês casado com uma mineira se embrenhou no sertão de Indaituba e vem mantendo lá um restaurante (e uma pequena pousada) que todos os anos ganha uma estrela no Guia 4 Rodas. O ambiente conjuga bem a natureza com o colonial de Paraty. No caminho não tem sequer placa de indicação, mas o cartão do restaurante assinala as coordenadas de um heliponto (porque o pessoal sofisticado, com dinheiro, gosta de ir lá, ou manda buscar umas quentinhas). Sugestões: o ceviche, o ravioli de taioba, a caipirinha de maracujá, e as sobremesas (marquese de cgocolate e tarte tatin). O Gite de Indaiatuba fica na estrada para Graúna, com trechos de terra batida (e asfalto nos pontos críticos). Para quem vem do Rio, a entrada na Rio-Santos fica a uns cinco quilômetros antes de Paraty, à direita (de São Paulo, obviamente, é depois da entrada de Paraty, à esquerda). Então é só seguir às indicações para a Pousada das Bromélias. Convém reservar. E como tudo naquela região, extremamente chuvosa e cercada pela Mata Atlêntica, é bom passar repelente contra mosquitos. Antes e depois de um banho na cachoeira próxima ao restaurante - na primeira vez é melhor ir de dia, para não correr o risco de se perder. Um futuro restaurante no dentro histórico também promete. Paulo Corrêa, que foi do Rio Conventio Bureau, abrirá nos próximos dias o Hot Dog Café. O Banana da Terra manteve o mesmo padrão (bom). E a opção de baixo custo continua sendo o Vagalume, bem no miolo do centro histórico. Para quem gosta de vinhos, a recomendação é comprar antes e levá-los para beber lá. Os restaurantes cobram muito caro pelo vinho e nem sempre têm uma carta apropriada. Paraty tem boas caminhadas leves nos seus arredores. A que vai à Praia do Sono (saindo da localidade que fica junto ao Condomínio Laranjeiras, dos ricaços) leva uma hora. Na estrada que liga Paraty a Cunha o grupo que mantém o teatro dos bonecos - programa obrigatório na cidade - tem um sítio com trecho de 1,5 quilômetro dio velho Caminho do Ouro, e organiza visitas. A caminhada pesada é a que vai da ponta da cajaíba até a Praia de Martim de Sä (hora e meia, com passagens íngremes), onde tem um camping rústico. São mais de duas horas de navegação até a ponta da Cajaíba. O que não melhorou tanto foi a limpeza da cidade. E a conservação da igreja matriz (o BNDES promete agora restaurá-la), construída no século XVII. Nada que chegue a comprometer a estada na cidade. Outra perda: seu Manel, que servia ótimos camarões em um restaurante de Tarituba (vila de pescadores, onde foi gravada a novela Mulher de Areia, da TV Globo, a dez quilômetros de Paraty) saiu de lá e foi para a Ilha Grande.
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