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Passaram ao largo
Passaram ao largo
O Brasil tem hoje a mesma população rural, em números absolutos, que em em 1942. Só que naquela época mais de 60% dos brasileiros viviam no campo, e atualmente 82% estão em áreas urbanas. E mesmo nas áreas urbanas há uma grande concentração nas capitais e seu entorno (cerca de 40% da população). As seis maiores regiões metropolitanas, por sua vez, abrigam cerca de um quinto da população. Esse deslocamento populacional, ao longo de cinquenta anos, ocorreu em função da renda. A atividade agropecuária em si só responde por aproximadamente 10% da renda nacional, enquanto a indústria e os serviços geram 90%. E as atividades que agregavam mais valor à produção estavam - e em boa parte ainda permanecem - nas metrópoles. As metrópoles propiciavam economias de escala, o que não era possível nas cidades do interior por causa da precariedade da infra-estrutura do Brasil. Mas esse quadro se alterou; hoje há mais deseconomias do que economias de escala em muitas metrópoles. Embora algumas grandes cidades brasileiras estejam com crescimento populacional abaixo da média nacional (é o caso do Rio), a concentração urbana gera problemas de grave magnitude, e sem solução a vista. Questões como essa não figuraram nas discussões e nos programas dos candidatos que disputaram o primeiro turno ou que foram escolhidos para o segundo turno.
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