Passeio pelo Alto Adige e pelas Dolomitas

Passeio pelo Alto Adige e pelas Dolomitas

POR GEORGE VIDOR
Depois do passeio de bicicleta pelo Salzkammergut, voltamos a Salzburg na van de Herr Stumpner. Tínhamos uma semana para retornar a Viena e então optamos por conhecer mais o Nordeste da Itália, viajando de carro alugado. Salzburgo fica muito perto da fronteira da Alemanha. Em alguns pontos é possível atravessar a fronteira a pé. E a auto-estrada que vai para o Norte da Itália cruza o Sul da Alemanha. Segue para Munique, ou então novamente se dirige para a Áustria, contornando Innsbruck, a capital do Tirol. Entramos na Itália pelo Passo de Brenner (ultra-defendido na Segunda Guerra Mundial) e chegamos ao Südtirol. É uma região que pertencia a Áustria e foi incorporada à Itália em 1919, depois da Grande Guerra. Ali se fala mais alemão e dialetos germânicos do que italiano. Nas lojas, por exemplo, os vendedores se dirigem inicialmente em alemão aos fregueses. A primeira parada foi em Merano, famosa pelas termas (no centro da cidade há um grande spa público). A cidade é graciosa e animada. À beira do Rio, existe o promenade da imperatriz Sissi, e muita gente se reúne lá, em ambiente bem alegre. Jantamos no restaurante Sissi, de cozinha italiana contemporânea, cujo chef (Andrea Fenoglio) conhece bem o Rio, porque é amigo do joalheiro Alfredo Grosso, que mora lá mantém um atelier na principal rua comercial da cidade, e da filha do maestro Isaac Karabitchevisk (fotógrafa; aliás seu trabalho para o calendário de Grosso é muito bom). O joalheiro tem suas peças expostas também em Búzios. Vale conferir. O restaurante Sissi tem um menu criativo e irresistível. E também preços honestos. As atendentes são de uma eficiência sem par. Merano fica na região do Südtirol chamada de Alto Adige que, assim, como o Trentino, logo abaixo, produz bons vinhos. Se estiver com disposição de gastar algum dinheiro, se hospede no Castel Rudegg, antigo castelo com um hotel que oferece serviços de spa. Após uma noite em Merano, resolvemos cruzar as Dolomitas. São duas entradas, uma ao Norte e outra ao Sul de Bolzano (ou Bolzen: eles usam as duas denominações; Mussolini tentou comprar as terras dos sul-tiroleses, mas eles resistiram e ficaram por lá; ainda hoje têm direito de estudar na Áustria). A estrada é linda e passa por várias pequenas cidades alpinas que são mais frequentadas no inverno, pelas estações de esqui, ou no verão. No outono e na primavera ficam vazias. Come-se bem nessa região. O guia Michelin vermelho sugere diversos restaurantes. No outro extremo das Dolomitas está a famosa Cortina d'Ampezzo, a estação de inverno mais frequentada na Itália. Só tomei um cafezinho lá. Uma curiosidade: ao pé das Dolomitas tem uma minúscula cidade chamada Vidòr, onde se fala o ladino, dialeto qeu mistura latim, italiano e alemão. A próxima parada é a incrível Pádua. Foto tirada no hall de entrada das termas públicas de Merano Fachada do excelente restaurante Sissi, no centro histórico de Merano (fica quase em frente ao antigo palácio dos príncipes). As Dolomitas, no nordeste da Itália, ainda cobertas de neve, na segunda quinzena de maio. Ao fundo, o Marmolada, que é um dos três picos mais altos das Dolomitas Fotos de Heloisa Magalhães, gentilmente cedida pelo jornal Valor.

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