Perdas maiores que as da corrupção
Perdas maiores que as da corrupção
escândalo de corrupção revelado pela operação Lava Jato talvez não
tenha precedente na história brasileira. O que aconteceu é abominável.
Mas, do ponto de vista estritamente financeiro, o valor desviado (por
enquanto o Ministério Público teria conseguido rastrear
aproximadamente R$ 2 bilhões) perde relevância diante do estrago
causado pela influência política sobre as decisões da Petrobras.
A Petrobras lançou como prejuízo no terceiro trimestre mais de R$ 2
bilhões referentes a duas refinarias que estão agora engavetadas, a do
Maranhão e a do Ceará. Na primeira, a obra não passou da terraplenagem
e mesmo assim o prejuízo na contabilidade da empresa foi de R$ 1,6
bilhão.
O foco da Petrobras havia se concentrada na área de exploração e
produção, Buscou-se nesse período incorporar inovações tecnológicas
nos equipamentos e sistemas utilizados para melhorar o custo benefício
de cada projeto.
Na área de abastecimento não havia esse tipo de referência quando a
Petrobras passou a construir refinarias em série. O projeto da Abreu e
Lima, em Suape, não respeitou qualquer critério de viabilidade
econômica e financeira. O do Comperj passou a caminhar ao sabor dos
ventos, inclusive reinventando a roda para produzir insumos
petroquímicos a partir do petróleo pesado brasileira. Depois virou uma
refinaria convencional, deixando-se para uma segunda etapa o braço
petroquímico. Nessas idas e vindas o projeto só foi encarecendo.
Já as refinarias premium do Maranhão e do Ceará foram pura alucinação,
destinadas mais a atender ao xadrez político do que qualquer outra
coisa.
Toda essa loucura teve como pano de fundo o preço alto do petróleo.
Com o barril acima de US$ 100 era possível financiar todo tipo de
maluquice.
Ainda que essa "bolha" especulativa que jogou o preço do óleo tão
baixo possa se dissolver, a realidade do mercado de petróleo levará o
preço para mais de US$ 50 o barril, porém para bem menos que US$ 70.
Assim, o espaço para maluquices desapareceu. A Petrobras somente
conseguirá sobreviver recuperando o status de empresa séria.
tenha precedente na história brasileira. O que aconteceu é abominável.
Mas, do ponto de vista estritamente financeiro, o valor desviado (por
enquanto o Ministério Público teria conseguido rastrear
aproximadamente R$ 2 bilhões) perde relevância diante do estrago
causado pela influência política sobre as decisões da Petrobras.
A Petrobras lançou como prejuízo no terceiro trimestre mais de R$ 2
bilhões referentes a duas refinarias que estão agora engavetadas, a do
Maranhão e a do Ceará. Na primeira, a obra não passou da terraplenagem
e mesmo assim o prejuízo na contabilidade da empresa foi de R$ 1,6
bilhão.
O foco da Petrobras havia se concentrada na área de exploração e
produção, Buscou-se nesse período incorporar inovações tecnológicas
nos equipamentos e sistemas utilizados para melhorar o custo benefício
de cada projeto.
Na área de abastecimento não havia esse tipo de referência quando a
Petrobras passou a construir refinarias em série. O projeto da Abreu e
Lima, em Suape, não respeitou qualquer critério de viabilidade
econômica e financeira. O do Comperj passou a caminhar ao sabor dos
ventos, inclusive reinventando a roda para produzir insumos
petroquímicos a partir do petróleo pesado brasileira. Depois virou uma
refinaria convencional, deixando-se para uma segunda etapa o braço
petroquímico. Nessas idas e vindas o projeto só foi encarecendo.
Já as refinarias premium do Maranhão e do Ceará foram pura alucinação,
destinadas mais a atender ao xadrez político do que qualquer outra
coisa.
Toda essa loucura teve como pano de fundo o preço alto do petróleo.
Com o barril acima de US$ 100 era possível financiar todo tipo de
maluquice.
Ainda que essa "bolha" especulativa que jogou o preço do óleo tão
baixo possa se dissolver, a realidade do mercado de petróleo levará o
preço para mais de US$ 50 o barril, porém para bem menos que US$ 70.
Assim, o espaço para maluquices desapareceu. A Petrobras somente
conseguirá sobreviver recuperando o status de empresa séria.
Coluna veiculada em 3/2/2015 na revista digital vespertina O Globo a Mais
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