Recife e as dores do crescimento

Recife e as dores do crescimento

POR GEORGE VIDOR
Coluna veiculada na edição de 21/10/2014 da revista vespertina digital O Globo a Mais, voltada para assinantes que a leem em tablets e smartphones: Fazia uns três anos que não ia ao Recife. Os congestionamentos de trânsito certamente pioraram (relativamente, a capital pernambucana já aparece como a cidade mais congestionada do país, título nada abonador), o que não surpreende diante do que ocorreu lá. Edifícios altos, que se concentravam em trechos da praia de Boa Viagem, uma das áreas nobres da cidade, avançaram por várias quadras adentro. E se estenderam até o município vizinho de Jaboatão dos Guararapes. Com a construção de uma ponte e uma nova estrada em parceria público-privada, Boa Viagem (no Recife), Piedade e Candeias (Jaboatão) se ligaram pelo litoral a Ipojuca, onde ficam o complexo industrial portuário de Suape, os estaleiros, as petroquímicas, a refinaria Abreu e Lima e a principal atração turística de toda a região (porto de Galinhas). A impressão de um visitante fugaz é que a região metropolitana do Recife foi sacudida por um surto de desenvolvimento nos últimos anos (e não por acaso o governador Eduardo Campos, falecido tragicamente em um acidente aéreo, em plena campanha eleitoral, resolvera disputar a Presidência da República, pois Pernambuco seria sua vitrine) com fôlego ainda para continuar. Combate à violência e mais investimentos em transporte público de alta capacidade estão entre os desafios decorrentes desse rápido crescimento. Pode ser só uma impressão, mas as estradas que margeiam o litoral estão em bom estado (para os padrões brasileiros). E o aeroporto do Recife surpreende positivamente.

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