Recuperação do superávit comercial em 2014

Recuperação do superávit comercial em 2014

POR GEORGE VIDOR
Coluna veiculada na edição de 7/1/2014 na revista digital O Globo a Mais, dirigida a assinates que a leem em tablets:
A recuperação do saldo na balança comercial possivelmente será um dos 
pontos mais positivos da economia brasileira em 2014. O crescimento 
das exportações deve ser modesto, mas já será um avanço em relação a 
2013, quando recuaram. A recuperação do saldo na balança comercial 
deve ocorrer então principalmente do lado das importações, o que, por 
sua vez, dependerá do comportamento da produção nacional de petróleo. 
Após um longo período d e estagnação e de queda, a produção nacional 
voltará a se expandir progressivamente a partir deste ano. A Petrobras 
recebeu várias plataformas no fim do ano passado e tais unidades pouco 
a pouco serão interligadas a poços produtores, inclusive na camada do 
pré-sal. 
Até o fim de 2016 está previsto que a produção nacional de petróleo 
dobrará, chegando a quatro milhões de barris diários. Já em 2014 as 
importações de óleo cru devem diminuir consideravelmente, com 
possibilidade de haver algum excedente para exportação. 
O panorama não deve sofrer mudança mais substancial no caso dos 
derivados de petróleo. A importação de diesel só diminuirá quando 
entrar em operação a refinaria Abreu e Lima, em Suape. A inauguração 
estava prevista para o último trimestre de 2014, mas talvez seja mais 
prudente só contar com ela em 2015. A boa notícia que o segundo trem 
(linha de produção) da refinaria será inaugurado logo a seguir, também 
em 2015. E o Comperj, em Itaboraí, dará partida ao primeiro trem de 
sua refinaria em 2016. Desse modo até 2018, haverá uma melhora gradual 
nos itens da balança comercial relacionados ao petróleo e aos 
derivados. O resultado somente não será espetacular porque haverá 
simultaneamente muitas importações de equipamentos destinados ao 
setor, pois a indústria continuará investindo fortemente no período. 
Uma contribuição positiva para a balança comercial poderá vir também 
do etanol, mas isso dependerá fundamentalmente da trajetória dos 
preços da gasolina. Se os preços não forem ajustados, como necessário, 
o setor sucroalcooleiro continuará andando com o freio de mão meio 
levantado.

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