Rejeitos voltam a ser minério de ferro comercial
Rejeitos voltam a ser minério de ferro comercial
Há poucos dias participei no Inhotim, o famoso museu a céu aberto de
arte contemporânea, em Brumadinho, Minas Gerais, do Forum das Águas,
que reuniu prefeitos, secretários e gestores da bacia hidrográfica do
Paraopeba. Anos atrás os municípios banhados pelo Paraopeba formaram
um consórcio com o intuito de organizar a defesa civil nas situações
críticas causadas por enchentes do rio. A questão hoje é diferente,
pois a escassez de água se tornou mais preocupantes que as próprias
enchentes.
A economia do Paraopeba é dependente de duas atividades que consomem
água: a mineração e a agropecuária . Além disso, as sedes dos
municípios cresceram, concentrando núcleos urbanos bem populosos, que
também consomem água, geram esgotos e resíduos sólidos em grandes
volumes.
A gestão dos recursos da bacia hidrográfica se tornou então uma
questão vital para a região.
Ainda em Brumadinho, durante o Forum, fui convidado para visitar um
novo empreendimento, que justamente naquela semana havia entrado em
funcionamento, e que poderá contribuir para o equacionamento, em
futuro próximo, da equação da água no setor mineração, Trata-se da
Green Metals, uma companhia controlada por fundos privados de famílias
de investidores de Belo Horizonte.
arte contemporânea, em Brumadinho, Minas Gerais, do Forum das Águas,
que reuniu prefeitos, secretários e gestores da bacia hidrográfica do
Paraopeba. Anos atrás os municípios banhados pelo Paraopeba formaram
um consórcio com o intuito de organizar a defesa civil nas situações
críticas causadas por enchentes do rio. A questão hoje é diferente,
pois a escassez de água se tornou mais preocupantes que as próprias
enchentes.
A economia do Paraopeba é dependente de duas atividades que consomem
água: a mineração e a agropecuária . Além disso, as sedes dos
municípios cresceram, concentrando núcleos urbanos bem populosos, que
também consomem água, geram esgotos e resíduos sólidos em grandes
volumes.
A gestão dos recursos da bacia hidrográfica se tornou então uma
questão vital para a região.
Ainda em Brumadinho, durante o Forum, fui convidado para visitar um
novo empreendimento, que justamente naquela semana havia entrado em
funcionamento, e que poderá contribuir para o equacionamento, em
futuro próximo, da equação da água no setor mineração, Trata-se da
Green Metals, uma companhia controlada por fundos privados de famílias
de investidores de Belo Horizonte.
Os investidores acreditaram na tecnologia desenvolvida por Dener
Siqueira e mais um professor da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) para reaproveitamento dos rejeitos de minério de ferro. A
novidade dessa tecnologia é que no processo de separação de elementos
do rejeito não é mais usada água, mas sim uma combinação de peneiras,
centrifugação, ímãs e GLP (também utilizado como gás de cozinha). O
resultado final é um minério voltando a ter mais de 60% de teor de
ferro, argila que serve de matéria-prima para indústrias de cerâmica e
areia com 4% de ferro, que atraiu para lá uma fábrica de argamassas.
100% de aproveitamento.
Fomos recebido por Denner - que começou a vida profissional, ainda
adolescente, trabalhando em uma mineradora de manganês, de sua família
- empoeirado da cabeça dos pés pois com suas equipes estava calibrando
equipamentos dentro do primeiro silo da Green Metals. Puro entusiasmo
e satisfação, por ter dado partido à produção em escala industrial de
um processo que teve início na sua tese de mestrado.
A Green Metais adquiriu nove milhões de toneladas de rejeitos de uma
mineradora local, a nove quilômetros de distância de suas instalações.
Processará esse volume e mais o que for gerado pela mineradora. Ou
seja, a mineração, daqui para frente não vai acumular montanhas de
rejeito e nem precisará construir barragens caras, que sempre embutem
algum risco ambiental pela possibilidade de rompimento.
O rejeito na verdade é um minério empobrecido. Quando se retira dele a
sílica e a argila, volta a ser minério de ferro com valor comercial.
Por isso, a Green Metals já tem um contrato com a Vale para instalar
uma nova unidade na região, mas não se restringirá à companhia,m pois
a ideia e atender a outras mineradoras também.
Ponto para Brumadinho, que além do Inhotim, deu um passo à frente para
transformar a mineração do quadrilátero ferrífero em uma atividade
mais sustentável.
Coluna veiculada na edição de 16/12/2014 da revista digital vespertina O Globo a Mais
Siqueira e mais um professor da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) para reaproveitamento dos rejeitos de minério de ferro. A
novidade dessa tecnologia é que no processo de separação de elementos
do rejeito não é mais usada água, mas sim uma combinação de peneiras,
centrifugação, ímãs e GLP (também utilizado como gás de cozinha). O
resultado final é um minério voltando a ter mais de 60% de teor de
ferro, argila que serve de matéria-prima para indústrias de cerâmica e
areia com 4% de ferro, que atraiu para lá uma fábrica de argamassas.
100% de aproveitamento.
Fomos recebido por Denner - que começou a vida profissional, ainda
adolescente, trabalhando em uma mineradora de manganês, de sua família
- empoeirado da cabeça dos pés pois com suas equipes estava calibrando
equipamentos dentro do primeiro silo da Green Metals. Puro entusiasmo
e satisfação, por ter dado partido à produção em escala industrial de
um processo que teve início na sua tese de mestrado.
A Green Metais adquiriu nove milhões de toneladas de rejeitos de uma
mineradora local, a nove quilômetros de distância de suas instalações.
Processará esse volume e mais o que for gerado pela mineradora. Ou
seja, a mineração, daqui para frente não vai acumular montanhas de
rejeito e nem precisará construir barragens caras, que sempre embutem
algum risco ambiental pela possibilidade de rompimento.
O rejeito na verdade é um minério empobrecido. Quando se retira dele a
sílica e a argila, volta a ser minério de ferro com valor comercial.
Por isso, a Green Metals já tem um contrato com a Vale para instalar
uma nova unidade na região, mas não se restringirá à companhia,m pois
a ideia e atender a outras mineradoras também.
Ponto para Brumadinho, que além do Inhotim, deu um passo à frente para
transformar a mineração do quadrilátero ferrífero em uma atividade
mais sustentável.
Coluna veiculada na edição de 16/12/2014 da revista digital vespertina O Globo a Mais
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