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Roma, vinte e tantos anos depois
Roma, vinte e tantos anos depois
Passei vários meses sem atualizar esse blog porque os temas econômicos me absorveram inteiramente, e minha proposta aqui é um pouco diferente, mais voltada para o lazer. Aproveitando uma rápida viagem que fiz à Itália, deixo uma sugestão de roteiro para uma visita de quatro a cinco dias a Roma, cidade que não ia há vinte e tantos anos e que agora pude revê-la com olhos mais apurados. O circuito turístico continua valendo a pena, pois Roma em si já um monumento, com obras de arte e detalhes interessantes por todos os cantos. Então o primeiro dia de visita deve ser mesmo dedicado a um percurso a pé que comece ou termine na Piazza de Spagna, aquela com as famosas escadarias, pano de fundo de muitas cenas no cinema, e que a turma mais jovem elege como local de reunião. Essa região é cheia de restaurantes e tratorias, sendo que os que têm melhor relaçào custo/benefício estão na Via della Croce e na Mario dei Fiori (o Otello alla Concordia, na Via della Croce 81, é uma boa pedida). Não muito longe dali em uma praça (largo dei Lombardi) junto ä Via del Corso, fica o Alfredo original, que várias pessoas continuam considerando como um dos melhores restaurantes de Roma. Não testei. Da Piazza de Spagna, em um percurso de poucos minutos a pé, chega-se à Fontana de Trevi (é só seguir as indicações), com uma multidão de turistas. Fellini teria hoje dificuldades de usar a Fontana para filmar cena de Dolce Vita, na qual Anita Ekberg entra nas águas com Marcelo Mastroianni. No caminho, logo na primeira igreja (Sant'Andrea delle Fratte) está o anjo do escultor Bernini - artista que viveu no século XVII e cujas obras estão espalhadas por toda Roma - que geralmente aparece nas capas dos guias de turismo sobre a Itália. A igreja é vizinha ao prédio da primeira agência de propaganda do mundo (Collegio de Propaganda Fide), criada pela igreja católica no contra-ataque à reforma protestante. Em frente, uma boa sorveteria. Da Fontana de Trevi, a etapa seguinte é o centro histórico, passando pela Piazza Rotonda (lugar para se tomar um café, mas prepare-se para a conta!) junto ao Panteão, o prédio em melhor estado da época do império romano (foi construído por Adriano). O interior do templo foi transformado em uma igreja, e lá estão sepultados os reis italianos e o pintor Rafael (a pedido dele). A cúpula é aberta, mas mesmo que chova forte, a drenagem é perfeita por causa de vários pequenos furos no piso e canaletas embutidas no chão. O Panteão foi construído nos primeiros anos da era cristã e inspirou os franceses a fazerem um semelhante em Paris (onde estão sepultados personagens ilustres, como Voltaire, Rousseau, e abriga o célebre pêndulo pelo qual Foucault provou na prática a rotação da Terra). Hoje é o símbolo de Roma. Alguns passos e chega-se à Piazza Navona, que está entre as mais bonitas do planeta, com suas três fontes, sendo que a maior, bem no centro, foi esculpida por Bernini, e homenageia quatro grandes rios (Ganges, Danúbio, Nilo e Prata). Infelizmente o esculto ainda não conhecia o nosso rio Amazonas...O prédio mais exuberante da praça é o Pallazzo Pomphili, onde fica a embaixada do Brasil. As ruas que cercam a Piazza Navona estào cheias de pequenos restaurantes. Sugiro o Trattoria Antica pela relação custo/benefício. Entre a Via del Corso, o Corso Vittorio Emanuelle e a Piazza Navona estão algumas igrejas que merecem ser visitadas por suas obras de arte. Uma dica importante. o trânsito está restrito no centro histórico. Táxis passam por ali, mas não é muito fácil encontrar um. Microônibus elétricos e ônibus comuns circulam, mas as passagens somente podem ser compradas nas tabacarias (tabacchi), bancas de jornal e estações de metrô. O preço unitário é de 1 euro, e permite o uso por 75 minutos (continua).
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