São Pedro e o chutômetro
São Pedro e o chutômetro
As projeções econômicas sobre 2015 se tornaram um mero exercício
diante de um fator ainda imponderável: a escassez de água nas regiões
Sudeste e Nordeste. O ajuste fiscal e a política monetária estão
traçados para conter a inflação e em condições normais de temperatura
a tendência seria a economia se manter desaquecida. No entanto, a
crise hídrica pode ter um impacto sobre o consumo em geral que
ninguém é capaz de prever. Até que ponto uma queda de preços
decorrente da redução de consumo (inevitável consequência de um
racional de água e eletricidade) anularia o impacto do aumento das
tarifas de energia e de impostos sobre os índices de inflação?
Em face dessa dificuldade, os especialistas estão fazendo suas
projeções para a economia em 2015 sem considerar esse racionamento
cada vez mais provável à medida que o chamado período úmido vai
passando e as chuvas continuando a cair muito abaixo das médias
históricas.
Se chover um pouco mais nos meses de fevereiro, março e abril talvez
dê para chegar ao fim do ano sem racionamento. Porém, para recompor os
reservatórios somente um dilúvio que não aparece hoje nos modelos dos
meteorologistas. Então o drama da escassez de água se estenderá até
2016. Assim, não há como fugir do baixo crescimento. Mas se a economia
se expandirá 0,1% 1% ou 1,5%, isso agora está fora dos radares dos
especialistas em projeções. Da mesma maneira, se a inflação ficará em
7%, 6,5% ou 6%.
Possivelmente apenas São Pedro seria capaz de dar uma resposta mais
precisa. O resto é chute.
diante de um fator ainda imponderável: a escassez de água nas regiões
Sudeste e Nordeste. O ajuste fiscal e a política monetária estão
traçados para conter a inflação e em condições normais de temperatura
a tendência seria a economia se manter desaquecida. No entanto, a
crise hídrica pode ter um impacto sobre o consumo em geral que
ninguém é capaz de prever. Até que ponto uma queda de preços
decorrente da redução de consumo (inevitável consequência de um
racional de água e eletricidade) anularia o impacto do aumento das
tarifas de energia e de impostos sobre os índices de inflação?
Em face dessa dificuldade, os especialistas estão fazendo suas
projeções para a economia em 2015 sem considerar esse racionamento
cada vez mais provável à medida que o chamado período úmido vai
passando e as chuvas continuando a cair muito abaixo das médias
históricas.
Se chover um pouco mais nos meses de fevereiro, março e abril talvez
dê para chegar ao fim do ano sem racionamento. Porém, para recompor os
reservatórios somente um dilúvio que não aparece hoje nos modelos dos
meteorologistas. Então o drama da escassez de água se estenderá até
2016. Assim, não há como fugir do baixo crescimento. Mas se a economia
se expandirá 0,1% 1% ou 1,5%, isso agora está fora dos radares dos
especialistas em projeções. Da mesma maneira, se a inflação ficará em
7%, 6,5% ou 6%.
Possivelmente apenas São Pedro seria capaz de dar uma resposta mais
precisa. O resto é chute.
Coluna veiculada na edição de 27/1/2015 da revista vespertina digital O Globo a Mais
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