Sem exportações, real perde força

Sem exportações, real perde força

POR GEORGE VIDOR
Coluna veiculada no vespertino digital O Globo a Mais (voltado para assinantes que o leem em tablets) em 20/8/2013:
O real se desvaloriza frente ao dólar e a balança comercial não volta 
a uma trajetória de progressivo superávit. No passado isso era quase 
imediato, pois as importações despencavam e as exportações ganhavam 
impulso. Agora há uma situiação mais complexa, pois o país se tornou 
dependente de algumas importações insubstituíveis (fertilizantes e 
combustíveis, por exemplo), e pelo lado das exportações o 
comportamento das receitas depende mais de preços do que propriamente 
de volumes embarcados. 
No caso dos combustíveis, não existe uma solução de curto prazo. As 
refinarias da Petrobras têm funcionado a pleno vapor, batendo até 
recordes seguidos de processamento de petróleo nacional. No entanto, 
como o consumo continua a aumentar mais fortemente, em decorrência da 
expansão da frota de veículos (carros e caminhões) , as importações 
serão necessárias até que as duas novas refinarias em construção 
(Abreu e Lima, em Suape, e Comperj, em Itaboraí) entrem em 
funcionamento. Ou seja, apenas a partir do fim do que vem a capacidade 
de refino aumentará significativamente. 
O que poderia contrabalançar essas importações seria a exportação de 
óleo bruto, mas também nesse caso só haverá mais excedente de produção 
de petróleo com a entrada em operação de novas plataformas da 
Petrobras no último trimestre deste ano. 
Então, em 2013, não se pode esperar contribuição mais substancial da 
balança comercial para evitar a desvalorização do real. Para, 2014, 
quem sabe?

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