Sensação de crise vem da indústria

Sensação de crise vem da indústria

POR GEORGE VIDOR
Coluna para a edição vespertina de O Globo a Mais no dia 4/6/2013
A economia brasileira não está em crise, mas há um clima deperplexidade dominando o ambiente empresarial e a comunidade dos 
analistas que se dedicam a elaborar projeções sobre os principais 
indicadores, por causa da divulgação recente de núemros que frustraram 
a expectativa de uma retomada progressiva, mesmo que lenta, do 
Produtivo Interno Bruto (PIB). 
Mas se não há crise pode-se dizer que há um sinal amarelo na 
indústria, atingindo especialmente São Paulo, pelo fato de lá de se 
concentrar grande parte da produção industrial. E pela importância 
econômica do estado de São Paulo, quando as coisas não vão bem para a 
indústria local a sensação é que a crise pode ser generalizada. 
A estratégia que o governo montou para oxigenar a indústria tem dado 
fôlego para vários segmentos, mas não o suficiente para desencadear um 
processo firme de recuperação. A produção de aço, utilizado 
principalmente pelas montadoras de veículos e fabricantes de 
eletrodomésticos, além da construção civil, anda devagar. E nos demais 
segmentos o coeficiente de importação só tem aumentado. 
O que os industriais sonhavam era um câmbio na faixa de pelo menos R$ 
2,40 para conseguir competir. Se a inflação estivesse mais comportad a 
redução das taxas de juros poderia empurrar o câmbio para esse 
patamar, mas como não está, a tendência dos juros básicos é de alta, o 
que tende a a estimular a entrada de capitais mais voláteis, movimento 
que costuma provocar valorização do real, na trajetória inversa a que 
os empresáiros do ramo fabril desejam. 
Nem as economias planificadas conseguiram resolver problemas desse 
tipo apenas com intervenções governamentais. Como há muitas 
ineficiências distribuídas ao longo das cadeias produtivas, é preciso 
deixar que o mercado funcione um pouco mais para que os ajustes se 
façam seguindo os caminhos naturais da economia.

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