Válvulas de escape para a economia em 2015

Válvulas de escape para a economia em 2015

POR GEORGE VIDOR
Câmbio em novo patamar, inflação no teto da meta, taxas básicas de 
juros em alta, finanças públicas desarrumadas, ameaça de rebaixamento 
do conceito de crédito do país pelas agências internacionais de 
avaliação de risco e balança comercial deficitária ou com pequeno 
superávit. E ainda por cima um empresariado desanimado. 
Tudo isso junto parece ser um desafio assustador para o próximo 
Ministro da Fazenda, o que reduz significativamente a lista dos 
capacitados a enfrentá-lo. Ao postergar o anúncio do novo ministro 
para a semana que vem ou talvez para a última do mês, a presidente 
Dilma não dará muito tempo para que seu auxiliar possa compor uma 
equipe em condições de segurar a batata quente da economia, o que 
deixa os mercados mais aflitos. 
Na verdade, o futuro ministro terá que concentrar todos seus esforços 
inicialmente na rearrumação das contas públicas, com base em um 
orçamento para o qual não palpitou na elaboração. Terá pouca margem de 
manobra, portanto. O que aumenta a responsabilidade da nova equipe. 
Nessa situação, infelizmente o mais usual é a interrupção de 
investimentos, que já não são pródigos no caso do setor público. A 
saída então é o governo acelerar os programas de concessões de 
infraestrutura, autorizar os projetos de ampliação e modernização de 
terminais portuários que estão andando a passo de cágado nos gabinetes 
federais, marcar logo a data da décima terceira rodada de licitações 
de campos de petróleo, ajustar as regras do modelo de divisão de 
produção nos futuros campos do pré-sal e por aí vai. 
Sem isso, a economia tende a cair em uma imobilidade sem sentido, pois 
se o governo fizer o dever de casa, haverá uma resposta, positiva, 
quase que imediata dos mercados, facilitando a solução dos problemas 
acima citados. 

Coluna veículada na edição de 11/11/2014 da revista digital vespertina O Globo a Mais.

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