Venda da Ipiranga; solução lógica
Venda da Ipiranga; solução lógica
Da forma como vai se concretizar, a venda do controle acionário do grupo Ipiranga tem uma certa lógica. No mundo inteiro há uma tendência de aglutinação das empresas do setor petroquímico, que precisa de gradne de produção para ser4 competitivo. Então, no Brasil, além da da Petrobras, as indústrias petroquímicas de primeira e segunda gerações deverão ficar mesmo nas mãos dos grupos Odebrecht, Unipar, Suzano e agora também do Ultra.
O Ultra estava meio como marisco no setor petroquímico, espremido entre as centrais de matérias-primas e os produtores finais. Por isso, tomou a iniciativa de sse associar à Petrobras para investir na unidade petroquímica básica do futuro complexo de Itaboraí. Essa refinaria petroquímica fabricará muito óleo diesel e também GLP (gás de cozinha), além de nafta. Desse modo, ao ficar com a rede de postos da Ipiranga nas regiões Sul e Sudeste, o grupo Ultra poderá se verticalizar na distribuição de combustíveis, assumindo situação mais vantajosa em relação a outros concorrentes (como Shell, Esso, Texaco, etc.).
Para a Braskem (leia-se Odebrecht), o controle da Copesul e de indústrias de segunda geração no Polo de Triunfo, no Rio Grande do Sul, será a consolidação da sua liderança no setor - ao mesmo tempo em que deixará de ter conflitos com o sócio privado, estreitará os laços com a Petrobras, o que lhe deixará em posição confortável em relação a futuros investimentos (posição que tem sido disputada pelos demais grupos do setor petroquímico).
Quanto à Petrobras, o negócio caiu uma luva, pois foi a oportunidade da estatal ampliar sua rede de distribuição em regiões hoje estratrégicas para a BR, sem que isso seja visto como uma tentativa de se criar monopólio na distribuição (a marca Ipiranga será mantida no Sul e Sudeste pelo Ultra). E simultanamente encontrou-se uma solução para a refinaria de Rio Grande, que terá uma produção perene.
Para as famílias que controlavam o grupo Ipiranga, também foi uma boa saída. As ações dos controladores representavam menos de um terço do capital total, uma situação quase insustentável em um ambiente no qual as regras do novo mercado (pulverização de capital, com as antigas preferenciais passando a ter direito a voto) vão prevalecer. Já há um grande número de herdeiros nas famílias controladoras e com o tempo ficaria difícil administrar os interesses comuns. Agora cada um poderá seguir o seu próprio rumo, defazendo uma parceria de mais de cinquenta anos.
A Petrobras volta ao setor petroquímico, como sempre desejou, sem que os competidores se sintam ameaçados, pois todos passaram a ser sócios da estatal.
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