Pianíssimo Jazz em Juiz de Fora



Pianíssimo Jazz em Juiz de Fora

Não sou de família mineira. Sou carioca. Os laços entre mineiros e cariocas se devem não só à proximidade geográfica, mas também à história. O ouro das minas gerais era escoado pelo Rio. Ainda hoje parte considerável do minério extraído no Quadrilátero Ferrífero é exportado por portos fluminenses. Tiradentes conspirou na Vila Rica (atual Ouro Preto), porém foi preso, julgado, martirizado e enforcado no Rio. Políticos mineiros sempre adoraram ter casa no Rio, para o bem e para o mal (rsrsrs)
Meu enteado foi morar em Belo Horizonte, casou e teve dois filhos lá, meus netinhos mineiros. Motivo mais do que suficiente para nos levar a BH vez por outro. Pretexto também para revisitar às vezes algumas das cidades históricas. Profissionalmente estive em várias cidades mineiras. E tenho a honrar de ter recebido duas comendas mineiras.
Das principais cidades mineiras, a que fica mais perto do Rio é Juiz de Fora. Tão perto que o pessoal de Belo Horizonte costuma se referir aos juiz-foranos como “cariocas do brejo”. Compreensível, pois juiz-foranos frequentam mais o Maracanã que o Mineirão.
Conheço pouco Juiz de Fora, que fica a uma hora e pouca de viagem de carro da minha segunda casa (Petrópolis). Mas nas rápidas visitas dá mpara perceber que é uma cidade com vida própria, tanto pela atividade industrial como pelo crescente setor de serviços (logística, educação, saúde, etc.). Um dos meus cunhados foi morar lá com a família. Fui visitá-los há poucos dias. Claro que aproveitei para unir o útil ao agradável e fomos todos jantar no Assunta, vizinho ao shopping Independência. O restaurante me surpreendeu pelo ambiente, o serviço, a comida e os preços razoáveis. E o melhor é que, às quintas-feiras, um duo se apresenta para os comensais. Pianíssimo Jazz (Mauro Continentino, no piano, e Catarina Moura, no contrabaixo). O duo não se cansa. Toca duas horas direto antes de um pequeno intervalo. O repertório é composto de “standards”, que agradam tanto aos amantes do jazz como aos que pouco conhecem o gênero musical.
Comer bem e beber moderadamente com boa música ao vivo não tem preço.
Para petropolitanos, juiz-foranos e pessoal da vizinhança – e quem mais se aventurar - recomendo o Assunta e o Pianíssimo Jazz. Pena que no cardápio de cervejas artesanais do restaurante não tenha produtos da Antuérpia, natural de Juiz de Fora, e que foi tema de um dos nossos bate-papos dominicais aqui no blog e canal no Youtube.

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