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Mostrando postagens de setembro, 2022

200 anos do comércio Brasil-Portugal

 200 anos do comércio Brasil-Portugal   A companhia aérea internacional com mais voos para cidades brasileiras é a TAP Air Portugal. Voos diários fazem essa ligação com Lisboa e o Porto. No passado, os voos entre Brasil e Portugal eram ocupados principalmente por portugueses imigrantes, sempre saudosos da terrinha, como costumavam se referir carinhosamente ao país natal. Antes da apresentação das novelas brasileiras na TV portuguesa, e do aumento do fluxo turístico (em ambas as direções), a população estranhava o português falado no Brasil, não só pelo uso de palavras diferentes, como pela construção das frases (no Brasil usa-se muito o gerúndio; em Portugal, o infinitivo e o imperativo) e o próprio acento. Se uma pessoa está bem, no Brasil está legal. Em Portugal, legal é um termo usado nos tribunais...  Houve efetivamente uma redescoberta do Brasil pelos portugueses e de Portugal pelos brasileiros. As oportunidades que surgiram na economia portuguesa após a integração com a União Eur

Charles III e a economia do Reino Unido

  Charles III e a  economia do Reino Unido George Vidor Reina, mas não governa. Se a expressão cabia para Elizabeth II, continuará sendo válida para Charles III. Monarcas não têm qualquer poder de interferência, nem mesmo de influência, sobre o orçamento público britânico. Podem até dar palpites ou fazer sugestões aos primeiros-ministros e autoridades próximas sobre isso ou aquilo, mas sequer têm poder de veto sobre alguma decisão orçamentária aprovada pelo parlamento. Resumo da ópera: a subida de Charles III ao trono britânico não terá influência direta sobre os rumos da economia do Reino Unido. Pode ter alguma influência indireta à medida que Charles contribua positivamente para ajudar a Grã-Bretanha a aprofundar relacionamentos com parceiros comerciais, econômicos e políticos. Isso se tornou ainda mais necessário com o Brexit, pois os britânicos agora não fazem mais parte da União Europeia, porém dependem muito do intercâmbio com a UE. O desafio será costurar um status especial, tal

E lá se foram 200 anos...

E lá se foram 200 anos...   George Vidor   Após ou durante sua terceira viagem ao país, o escritor austríaco Stefan Zweig escreveu Brasil país do futuro, uma obra polêmica pois muitos acreditam que teria sido feita sob encomenda do governo Vargas, em plena ditadura do Estado Novo. Zweig era um reputado humanista que vislumbrou o Brasil como país do futuro, convencido de maneira honesta e sincera a partir de muita leitura, observação factual e de depoimentos que ele próprio captou viajando por aqui.  Estava afastado da sua Viena natal, anexada pelos nazistas em 1938, no que eles chamavam de Grande Alemanha. Judeu, de uma família razoavelmente abastada (o pai tinha uma indústria têxtil), ele, assim como outros intelectuais de renome na Áustria, viu-se obrigado a escapar do fanatismo nazista. Embarcou para Londres. Lá se sentiu incomodado pelo ambiente reinante quando a Inglaterra declarou guerra à Alemanha hitlerista. Por sua cidadania originalmente austríaca, era visto com desconfiança