Melhor prevenir

Melhor prevenir

POR GEORGE VIDOR
Seguro morreu de velho, diz o ditado popular, mas a maioria dos brasileiros não dá atenção devida a esse instrumento, como se vê no caso da previdência
Assim como não é possível revogar a lei da gravidade, no caso da previdência social não se pode ignorar a demografia. No entanto, se mesmo a realidade demográfica não for convincente – a política do avestruz muitas vezes prevalece; o que fazer...- existe um forte argumento para se evitar as aposentadorias precoces: o seguro proporcionado pelo sistema previdenciário. Pouca gente presta atenção nisso, mas, se por algum motivo de saúde o empregado precisa se afastar temporariamente do trabalho, a partir de um determinado número de dias não é mais o empregador e sim o INSS que passa a arcar com o pagamento do salário. Mesmo que continue contribuindo para a previdência, se o cidadão estiver aposentado perde o direito a esse tipo de seguro.
Curiosamente tal argumento é pouco usado para retardar aposentadorias, talvez porque a maioria dos brasileiros ainda não dá o devido valor ao seguro, embora seja o instrumento financeiro mais eficiente de poupança. O seguro de vida nem sempre é visto como investimento, pois o contratante, na maioria dos casos, não usufrui diretamente do benefício. Mas se o objetivo da poupança for deixar um patrimônio para a família, nenhum outro instrumento financeiro se compara ao seguro. Além disso, já há no mercado diversos produtos que oferecem benefícios e indenizações (em caso de doença e invalidez) para o segurado em vida. Por conta de todo o problema na previdência oficial, estão surgindo modalidades de seguro de vida – em grupo, principalmente – cujos prêmios (valor que o segurado paga) agora cabem no bolso dos brasileiros.
Especialistas em finanças pessoais dizem que o preferível é conjugar seguros de vida e acidentes pessoais com planos de previdência suplementar. Só com a previdência oficial é quase impossível se ter uma velhice mais tranquila.
A propósito
Como não dá mesmo para ficar esperando pelo “guarda-chuva” do estado, cada vez mais brasileiros percebem que é preciso fazer um esforço de poupança individual e isso vem se refletindo na venda de seguros de vida e nos planos de previdência suplementar. O ano foi de crise econômica e ainda assim as instituições financeiras independentes tiveram bons resultados nesses segmentos. A Icatu fechará 2015 com um crescimento na sua carteira de seguros de vida de cerca de 7% (com uma receita de R$ 1,4 bilhão) e de mais de 30% nos planos de previdência (captação líquida de R$ 1,2 bilhão. E a Mongeral – a mais antiga companhia de montepios do país – cresceu 20% de janeiro a setembro, enquanto o mercado de seguros de vida e invalidez como um todo evoluiu cerca de 4% no período. Em vendas novas, a Mongeral se expandiu 35%. Na receita total espera crescer 20% em relação a 2015.
Circulando
A expressão ainda não faz parte do cotidiano do noticiário econômico, mas não vai levar muito tempo até que a chamada “economia circular” passe a figurar nas propostas em debate. A “economia circular” é uma evolução do conceito de sustentabilidade no plano econômico. Vai além da reciclagem, por exemplo. Reflete as transformações causadas pela revolução digital e refuta o princípio da “obsolescência programada”, que desde a revolução industrial, no século XIX, permeia a atividade manufatureira. Compartilhar bens de consumo, conforme a necessidade do momento, está virando moda, felizmente. A Holanda talvez seja o país que caminha mais rapidamente para a economia circular, avançando no cumprimento das metas definidas no acordo de Paris em relação ao aquecimento global: prioridade ao que for renovável, menos desmatamento e menos uso de poluentes. Curiosamente, a China é hoje uma das nações que está entre as mais atentas à economia circular. Há poucas semanas, no Museu da Amanhã, o evento “Green Nation” reuniu vários especialistas no tema.
Alternativa
Quase todos os prefeitos eleitos ou reeleitos assumirão na semana que vem com os cofres dos tesouros municipais praticamente vazios. Muitos continuarão tendo grandes dificuldades para manter em dia a folha de pagamentos e as dívidas com fornecedores. Se ficarem esperando por socorro financeiro dos governos estaduais ou de Brasília, passarão boa parte do mandato de mãos atadas. Não há saída? A Masterplan, empresa cujo expertise era mais voltada para licenciamento ambiental, tem identifica ótimas oportunidades para prefeituras pela via das parcerias público-privadas (PPP). Essa foi a proposta que a empresa levou em recente encontro com os prefeitos eleitos no Estado do Rio. Mesmo sem dinheiro, os municípios podem entrar na PPP com imóveis e outros bens imobiliários hoje subutilizados, por exemplo. É um caminho que se mostrou exitoso no caso da cidade do Rio de Janeiro e foi o que viabilizou as obras de revitalização da zona portuária, do centro histórico e das instalações olímpicas.
Em qualquer momento de dificuldade, sempre existe uma saída. E como esta mensagem desejo a todos que me acompanham um ano de 2017 mais feliz!

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